Fato inédito na história da República, a prisão do senador Delcidio Amaral Gomez (PT) tem componentes explosivos e coloca o Palácio do Planalto no centro do furacão. Afinal, Delcídio do Amaral, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, está envolvido nas fraudes da Petrobras e recebimento de propinas, a partir da bilionária compra da usina de Pasadena. Nestor Cerveró, o ex-diretor, era seu afilhado político e tem impressões digitais naquele negócio escandaloso.

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Há, de início, uma forte relação entre Dilma Rousseff, na época presidente do Conselho da Petrobras, e o parlamentar detido, até pelo convívio na época da monumental operação e, ultimamente, como frequentador assíduo do Palácio do Planalto.

Se o senador Delcídio Amaral trabalhou nos bastidores para executar uma rota de fuga de Nestor Cerveró e se tentou obstruir de forma criminosa as investigações da Operação Lava-Jato com ofertas milionárias aos delatores, a República realmente está ruindo. Ou alguns de seus pilares apodreceram.

Os 80 senadores têm agora a obrigação de votar às claras. A decisão do presidente Renan Calheiros (PMDB), já denunciado, de adoção do voto secreto é mais do que um golpe contra a cidadania. É outra tentativa de proteger corruptos e corruptores. Uma descarada manobra política que fere a ordem jurídica e ofende toda a nação.

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É uma afronta às instituições que desbaratam quadrilhas políticas e desmontam organizações criminosas incrustadas em partidos políticos.

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