Muitas são as perguntas sobre o universo da dança. Uma seleção delas compõe a terceira edição dos Seminários de Dança, que começaram nesta quarta-feira e vão até sábado na Câmara de Vereadores de Joinville.

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A programação é mais uma das que foram transformando o Festival de Joinville num espaço que extrapola a mostra competitiva, dando a ele um caráter de espaço para refletir sobre a dança. Organizado por Cristiane Wosniak e Nirvana Marinho, desta vez o seminário tem quatro blocos temáticos: “Arte-educação & Dança-educação & dança e educação”; “Ensino de dança: formal e/ou informal”; “Dança e universidade: diálogos improváveis”; e “Trabalhos Acadêmicos”.

Por meio deles, serão buscadas respostas para perguntas e provocações como “A tal dança criativa: afinal, que dança não seria?”; “Quem pode mesmo ensinar balé?”; “Onde se produz o artista da dança?”; “A implementação da técnica Royal Academy of Dancing no Brasil e a Escola do Bolshoi: dança tem franchising?”; e mesmo “Mais alguma pergunta?”

– O seminário tem se constituído num espaço de reflexão dentro de um festival que tem vitrines e galerias para todas as modalidades de dança. Existe um público carente desse tipo de informação e uma vontade de que isso aconteça aqui em Joinville – diz Cristiane.

Ela lembra que, depois de tematizar os relatos históricos e as técnicas de dança nas edições anteriores, a hora é de focar a educação “da”, “na”, e “para” a dança. Crescendo a cada edição, os Seminários de Dança trazem a Joinville pesquisadores e acadêmicos do universo teórico e prático, tornando-se referência num cenário que, nos últimos dez anos, colocou muitos licenciados por cursos superiores no mercado. Além disso, existem os profissionais de academias e os que enveredam por diferentes tipos de formação, buscam conhecimento e formação por meio de outros mecanismos.

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– Os temas do Seminário são muito importantes para os dançarinos que produzem trabalhos próprios, dançam em academias e também dão aulas. Há uma demanda por informação e formação. O exercício da pergunta é próprio da arte contemporânea – acrescenta Nirvana.

Ela ressalta que o binômio dança e educação é tão importante que deve ser retomado em novas edições do Seminário. A dupla de coordenadoras salienta que dará a continuidade ao trabalho do professor, coréografo e pesquisador Roberto Pereira, morto em 21 de junho, que criou no festival a série de palestras e debates denominadas “E por falar em dança”, antes dos Seminários de Dança.

– Ele sempre circulou entre todas as tribos da dança. A função do seminário é agregar pessoas com pensamentos diferentes. A gente sabe que ele foi muito apontado, mas acreditou na importância disso até o último momento – diz Nirvana.

Além da série de palestras, o seminário também vai montar a tenda Tire Sua Dúvida, onde o público encontrará dicas que vão desde como organizar a documentação necessária para a legalização profissional até informações sobre cursos específicos e bibliografia da área.

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Às 18 horas desta quarta, no foyer do Teatro Juarez Machado, será lançado o livro “Seminários de Dança 2”, com o registro dos debates realizados na edição do ano passado deste encontro. Neste ano, na abertura dos trabalhos, o Seminário vai homenagear o coreógrafo Jair Moraes.