Um dia após a noite de terror passada pela moradores de Criciúma, a cidade de Cametá, no Pará, vivenciou cenas parecidas. A forma como os dois assaltos se desenrolaram é semelhante e mostra o jeito de agir do “novo cangaço”, termo associado à modalidade que inclui assaltos simultâneos e ataques a quartéis realizados por pessoas organizadas e fortemente armadas.

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Esses casos tem grandes proporções, planejamento e ações orquestradas. Além disso, o ataque acontece em pequenas e médias cidades, que não têm poder e tempo de reação para competir com os fortes armamentos dos criminosos. Os assaltantes invadem o município, atacam e fogem em seguida.

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Os dois assaltos, que aconteceram em um intervalo de dois dias, trazem muitas semelhanças na forma de agir, confira:

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Moradores da cidade como escudo humano 

Nas duas situações, os assaltantes utilizaram reféns para dificultar a ação da polícia. Em Criciúma, seis funcionários da prefeitura que faziam pinturas das faixas foram obrigados a se sentarem no meio da rua para impedir a passagem de carros. Três deles ainda tiveram que carregar os malotes de dinheiro do banco até os carros de fuga. Além deles, outras pessoas foram abordadas durante a noite e veículos foram usados como barreira. Ninguém ficou ferido.

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Em Cametá, no Pará, cerca de quarenta pessoas foram feitas de reféns. Elas foram encontradas espalhadas pela cidade e foram usadas como escudo humano. Segundo informações do G1, um deles morreu e outro foi atingido na perna, mas não corre risco de morte.

Ataques à sede da polícia

A ação dos criminosos em Criciúma iniciou quando cerca de 30 criminosos armados, em 10 veículos, atearam fogo e lançaram um caminhão em frente ao 9º Batalhão da Polícia Militar da cidade. Eles efetuaram vários disparos e atrasaram a saída de policiais.

No Pará, a quadrilha atacou um quartel da Polícia Militar (PM), localizado a menos de um quarteirão da agência bancária assaltada. Os suspeitos tinham o objetivo de impedir a saída dos policiais e dificultar as ações com uso de reféns como escudo.

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Armamento pesado 

Nos dois casos a polícia trocou tiros com os assaltantes e identificou armamento de calibre grosso e explosivos. Em Criciúma, foram utilizados fuzis de assalto de calibres 5.56, 7.62 e .50.

Cidade média e ataque rápido

Cametá tem cerca de 136 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e fica 236 km de Belém do Pará. Criciúma tem cerca de 217 mil habitantes, segundo o IBGE e se localiza 200 km ao sul da capital de Santa Catarina, Florianópolis.

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Apesar de serem cidades grandes comparadas ao seu estado, não são o polo. Dessa forma, fica dificíl a reação da polícia para competir com o armamento pesado dos assaltantes. Ambos os ataques duraram menos de duas horas, para não dar tempo de a polícia se articular e agir com reforços.

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Fuga

A desconfiança é de que os bandidados não são da cidade, apenas atacam e vão embora. A suspeita é de que os crimonosos estudam antes a rota de fuga para despitar os policiais. No Pará, os bandidos deixaram a cidade em veículos e seguiram pelo rio. Como a cidade fica às margens do Rio Tocantins, o grupo fugiu de carros e barcos.

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Em Criciúma, os criminosos deixaram a cidade de carro em direção ao sul. Os policiais encontraram 10 veículos de luxo utilizados pelos bandidos na fuga em um milharal próximo a um rio em uma região chamada de Picadão, em Nova Veneza, a 18 quilômetros de Criciúma. A partir do abandono dos carros, a suspeita é de que os bandidos tenham utilizado outros veículos para continuarem a fuga.

*Com supervisão de Raquel Vieira