Quem visitar a 13ª Semana de Pesquisa e Extensão da UFSC (Sepex) vai encontrar diversos projetos voltados à melhoria da saúde, meio ambiente e da cidade, que podem impactá-lo diretamente. A feira, que é um dos maiores eventos de divulgação científica do Estado, traz 130 estandes de apresentação de projetos de extensão e pesquisa científica desenvolvidas na Universidade. Além de conhecer a produção, é possível participar de oficinas e assistir às apresentações artístico-culturais. Continua depois da publicidade
Para facilitar a visita, os projetos estão divididos em oito áreas: comunicação, cultura, direitos humanos, educação, meio ambiente, tecnologia e trabalho. Quem quiser, por exemplo, saber como montar uma composteira para adubar uma horta na sua própria residência, pode visitar o estande do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro) junto ao Laboratório de Comercialização da Agricultura Familiar (Lacaf).
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Na seção de comunicação, pode-se contribuir com o Projeto Marca Florianópolis, do Laboratório de Orientação da Gênese Organizacional (Logo), do curso de Design. A proposta é pesquisar, junto à comunidade, conceitos que identifiquem a cidade para formular uma marca. O resultado poderá ser usado para ações de turismo.
Realizada desde 2000 como parte da programação da Semana Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, a mostra está montada no campus da Trindade, em Florianópolis, em frente à reitoria.
O Pró Reitor de Pesquisa e Extensão e coordenador geral da 13ª Sepex, Edison Rosa, afirma que, além de divulgar a produção científica da universidade, este é um dos grandes momentos de interação com a comunidade. Continua depois da publicidade
– A universidade se coloca de portas abertas para mostrar tudo aquilo que está sendo realizado. É como uma prestação de contas à sociedade – diz.
A expectativa é receber em torno de 50 mil pessoas. Conheça alguns dos trabalhos Tratamento de esgoto natural com wetlands construídos Voltado ao desenvolvimento de pesquisas direcionadas às melhorias do saneamento, o Grupo de Estudos em Saneamento Descentralizado (Gesad) tem como uma das principais tecnologias utilizadas os wetlands construídos. Formado por areia e plantas macrófitas, este sistema, aliado ao microorganismos, compõe um filtro para tratar o esgoto.
O aluno de Engenharia Sanitária Ambiental, Caio Matos Rosa explica que os wetlands construídos podem ser usados tanto em áreas rurais quanto urbanas. Isso porque há modelos do sistema que se adequam ao local .A preferência, contudo, é pelo uso em áreas rurais, distanciadas do tratamento de esgoto convencional. Continua depois da publicidade
O sistema não exige muita manutenção mas, com o tempo, é necessário trocar a areia. Dependendo do efluente que passou por filtração, a água pode ser reutilizada para fins menos nobres como lavar carros e áreas. Um dos projetos do Gesad é tornar os wetlands construídos mais eficientes.
Tecnologia automotiva e estudo de mobilidade
O Projeto Fórmula CEM, do Centro de Engenharia da Mobilidade do campus em Joinville trouxe à Sepex o carro utilizado na competição nacional Fórmula SAE Brasil. O objetivo é desenvolver o melhor prótótipo de carro de corrida avaliando-se parâmetros como eficiência energética, design e aceleração. A equipe de Joinville trabalha para desenvolver o melhor carro com o menor custo. A aluna Maria Luiza dos Santos de Souza diz que o evento reúne o que há de mais inovador em tecnologia automotiva desenvolvida nas universidades pois todas as equipes querem estar, no mínimo, entre as dez melhores equipes que disputam a corrida final.
Além dos carros, o CEM desenvolve outros estudos na área de transporte urbano. Este ano e em 2013 foi realizado o Desafio Intermodal, no qual as pessoas são convidadas a fazerem o mesmo trajeto a pé, com o uso de bicicleta, carro, moto e ônibus. Além do tempo de percurso, avalia-se o conforto, emissão de poluentes, condição das vias e outros parâmetros. O atual vencedor é a motocicleta. Ano passado, o melhor modal era a bicicleta. Continua depois da publicidade Sistemas construtivos sustentáveis O grupo SEACon, que desenvolve pesquisa e consultoria para contribuir com a competitividade sustentável na construção, reuniu os seus trabalhos no portal Virtuhab. Ali, estão disponíveis informações sobre sistemas construtivos que procuram utilizar materiais recicláveis e de baixo custo para erguer moradias. Uma das opções é a casa feita com contêineres. De acordo com a professora Lisiane Ilha Librelotto, esta é uma boa solução para a região de Itajaí, por estar perto do porto, que descarta o material. Para amenizar o calor dentro da casa, o projeto prevê ventilação cruzada e telhado verde.
A mestranda Clarissa Armando trabalha com uma das técnicas de custo mais baixo, chamada construção com terra ensacada ou superadobe. Entre as vantagens, está usar pouco cimento, economizando energia e diminuindo a poluição. A terra e as paredes grossas tornam a temperatura dentro do ambiente agradável. Se construído em forma de domo, é possível fazer fundação, parede e telhado com a mesma técnica, algo difícil de conseguir com outros sistemas além de ser antisísmico.