O Planalto entra na semana decisiva para garantir os 172 votos necessários para barrar a denúncia por corrupção passiva contra Michel Temer, marcada para ser votada em 2 de agosto. Apesar do número ser confortável diante dos 513 parlamentares que fazem parte da Câmara, o Palácio adicionou um ingrediente azedo nesse cálculo: o aumento de impostos. Para o eleitor, o efeito do reajuste de R$ 0,41 por litro de gasolina é imediato no bolso. Reclamam trabalhadores e empresários. Para fechar as contas e provar que está conseguindo cumprir a meta fiscal com um déficit de R$ 139 bilhões em 2017, Temer precisou arriscar e aprovar o aumento. A questão agora é o quanto os parlamentares estão sendo cobrados em seus Estados. Ministros da área política apostam que não haverá prejuízos. Mas para quem tinha como argumento a retomada da economia, o desconforto é grande. Outro desafio é conseguir a presença de 342 deputados para começar a votar a denúncia — exigência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O Planalto já trabalha com a hipótese de aceitar que o deputado não vote, apenas dê presença. Fica a pergunta: quem quer estar nas manchetes dos jornais como aquele que compareceu, mas não quis se posicionar?
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TÁ NA MESA
Emissários de Sartori se reúnem hoje em Brasília com o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e representantes do BNDES e do Tesouro Nacional para tratar do regime de recuperação fiscal. Com a entrada do BNDES, que já sinalizou que vai comprar uma estatal carioca, o RS quer saber quais empresas gaúchas são de interesse do banco e qual o modelo de venda a ser fechado. Badesul e BRDE, como já adiantou a coluna, surgem como possibilidades.
LIBERDADE JURÍDICA
O procurador-geral gaúcho, Euzébio Ruschel, participa da reunião em Brasília e tem entre suas preocupações a exigência que o Estado abra mão das ações contra a União. Hoje o RS tem três ações que tratam sobre a dívida, questionando pontos que considera abusivos.
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DILMA NO PIRATINI?
Com Tarso Genro afirmando que não pretende concorrer novamente ao governo do Estado em 2018, há petistas gaúchos trabalhando para tentar convencer Dilma Rousseff a aceitar a missão. Um grupo, fiel à ex-presidente, acredita que Dilma pode ser um nome palatável, além de ter o perfil do executivo.