Iniciou nesta segunda-feira segunda greve do ano dos servidores municipais da Prefeitura de Florianópolis. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Município (Sintrasem), setores como saúde, educação e assistência social aderiram ao movimento. Em um balanço inicial do Sintrasem, 50% dos atendimentos estão paralisados, com exceção das Unidades de Pronto Atendimento que manterão os serviços de urgência e emergência, e o Samu irá permanecer com 100% do atendimento e as farmácias de referência funcionam em 30%.
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Por meio da assessoria de comunicação, a Prefeitura informou que está levantando dados e deve concluir até o fim da manhã.
No bairro Saco Grande, a unidade de saúde estava com atendimento normal nesta manhã. De acordo com funcionários que preferiram não se identificar, somente depois da assembleia da tarde que irão definir se aderem a paralisação.
A creche Orlandina Cordeiro, também no Saco Grande, não abriu as portas para os alunos hoje, mas segundo um funcionário, os professores já tinham uma reunião pedagógica marcada para esta segunda, e de tarde vão para a assembleia.
Os servidores reclamam do atraso desde maio no pagamento da segunda parcela do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) e são contra o projeto de lei que altera o sistema do fundo previdenciário. O projeto, que foi retirado de pauta pelo prefeito na Câmara de Vereadores, propõe a passagem do fundo previdenciário para o fundo financeiro.
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— O prefeito quer usar o dinheiro do trabalhar para cobrir o rombo da previdência provocado pelo governo. O projeto, além de injusto, é ilegal, porque a lei não permite a transferência de servidores para diferentes fundos — afirma Carlos Eduardo Corrêa, presidente do sindicato, ao alegar que a categoria também cobra um estudo sobre a saúde financeira do fundo previdenciário antes de lançar novo projeto.
A categoria vai se reunir às 13h, na Praça Tancredo Neves, no Centro, para reforçar o movimento de greve e analisar eventual proposta do governo. Segundo ele, a negociação com a Prefeitura não avançou.
O prefeito Cesar Souza Junior (PSD) disse em coletiva na última sexta-feira que a greve é ilegal e “eleitoreira”.
— Ele nem é candidato para chamar a greve de eleitoreira. Os servidores estão cobrando seus direitos. Não estamos recebendo horas extras, nem mais gratificações como tempo de serviço, cursos de qualificação e títulos que são garantias em lei. Também, o nosso pagamento está saindo no dia 2, não mais no último dia do mês. Além disso, na greve de março aceitamos um reajuste de 6%, abaixo dos 9% da inflação e parcelado em quatro vezes. Os servidores já cederam bastante — disse o presidente.
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Sem negociação na manhã desta segunda
O secretário da fazenda de Florianópolis, André Bazzo, informou que a Prefeitura segue com a mesa posta para negociar com a categoria, com representantes de todos os setores.
— O prefeito retirou o projeto da ordem do dia na Câmara dos Vereadores justamente para mostrar nossa vontade de debater, porém não vamos aceitar a retirada definitiva como exige o sindicato. No nosso ver esta greve não têm motivos, e a Procuradoria estuda medidas para judicializar — disse.
Bazzo ainda reiterou que espera bom senso dos servidores para não prejudicar a população, especialmente na saúde e educação.
Comcap segue negociando
Os trabalhadores da Comcap, que também anunciaram que paralisariam os serviços a partir de terça-feira, dia 9, seguem negociando com a companhia. Os funcionários alegam que não receberam o pagamento do benefício referente a Avaliação de Desempenho, que existe há mais de 20 anos.
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De acordo com André Bazzo, o presidente da empresa participou de reuniões desde sexta-feira para tentar evitar a greve e segue negociando nesta segunda.
A categoria se reúne em assembleia às 7h30 de terça, no pátio da empresa.