As comemorações do próximo Carnaval em Joinville ainda são um enorme ponto de interrogação. O futuro da festa vive uma incerteza desde que o prefeito Udo Döhler anunciou o corte de repasses para a realização do evento, no último dia 20 de novembro – outras medidas de contenção de custos foram divulgadas na mesma data.
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Assim, tanto a verba que seria distribuída para as escolas de samba quanto o investimento na infraestrutura voltada aos desfiles estão cancelados. Como neste ano o repasse municipal foi de R$ 200 mil, para 2016 a expectativa era de que o montante fosse ainda maior. Já o investimento em equipamentos de som e luz, além de arquibancadas e grades, era estimado em cerca de R$ 150 mil.
A Prefeitura garante que os cortes não implicam o cancelamento do Carnaval 2016. Isto porque o município ainda cederá o espaço e banheiros químicos, além de promover alterações no trânsito e garantir os trabalhos de limpeza e segurança. São serviços já contratados e que não resultam em novos custos. Mas, na prática, caberá às entidades carnavalescas a tarefa de financiar e providenciar a maior parte do aparato necessário até 9 de fevereiro.
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– A gente não quer o fim do Carnaval. Não podemos retroceder desta maneira. Vamos fazer todo o esforço para viabilizá-lo. Mas a situação financeira não permite um aporte mais significativo da Prefeitura. As escolas e os blocos terão de articular um novo conceito e tentar construir um Carnaval mais tímido e não apoteótico como foi nos últimos anos – diz o secretário de Comunicação, Marco Aurélio Braga, coordenador do último Carnaval na cidade.
Eventos como a Bierville e a Festa das Flores, aponta Marco Aurélio, foram organizados com o mínimo de investimento do município. Segundo o secretário, as escolas de samba podem repetir a fórmula e buscar parcerias na iniciativa privada para patrocinar o Carnaval. Ainda não há certeza se a folia será concentrada no Centreventos ou nos arredores do Mercado Municipal, seja qual for o tamanho da festa.
“Não vamos deixar morrer”
A Liga das Entidades Carnavalescas de Joinville (Lecaj) já se prepara para um Carnaval mais modesto do que nos últimos anos. Embora reconheça as dificuldades financeiras da Prefeitura, a presidente da entidade, Marta Pires Nunes, lamenta o cancelamento dos repasses. A Liga das Entidades, diz Marta, ainda discute uma alternativa de bancar o Carnaval. O problema é que, quanto mais o evento se aproxima, mais difícil fica a captação de recursos.
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– Carnaval competitivo sem recurso nenhum fica complicado. Mas vamos agir para não deixar o Carnaval morrer. Se nós não conseguirmos evoluir nas parcerias que estamos buscando, realmente é impossível repetir as festas dos últimos anos. As escolas não têm fontes de renda, só alguns eventos de arrecadação, mas sem grande volume financeiro – avalia.
Segundo Marta, a Lecaj ainda aguarda respostas de possíveis apoiadores da iniciativa privada para o Carnaval. As proporções da festa, aponta, vão depender da verba a ser captada. Apesar de a Prefeitura não ter lançado licitações para o Carnaval, a presidente defende que ainda há tempo de se planejar o evento. Mesmo que em menor proporção, a Liga das Entidades não considera a hipótese de deixar a data passar em branco.
– Não podemos deixar a população sem esse evento. É uma cultura popular, em que a comunidade participa de forma gratuita. Houve grande adesão nos últimos anos. Não vamos deixar morrer, mas temos que buscar a melhor forma de realizar – analisa.
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