Não é nenhuma surpresa perder para o Uruguai jogando no Estádio Centenário, em Montevidéu, com uma torcida empolgada e pressionando o tempo todo. Não se poderia esperar que, numa curta preparação, o técnico Luiz Felipe Scolar fosse resolver todos os problemas que o Brasil vem padecendo nos últimos anos. Apesar da derrota, pelo menos se viu um time com garra e com um esquema tático definido, é verdade que com problemas, mas que podem ser corrigidos mexendo em algumas peças. Justiça O Uruguai saiu vencedor com justiça. Embora o goleiro uruguaio tenha entregue o empate, ao entrar com bola e tudo, esta ajudinha do árbitro, não assinalando o gol de empate, não tira os méritos da Celeste. A vitória ocorreu numa falha de marcação lá no ataque e na falta de presença de espírito dos marcadores ao não fazerem falta no Recoba antes que este entrasse na área. Faltou A pouca presença de área e de jogadas agudas é motivada pelo pouco entrosamento do time. O Felipão teve uma série de problemas durante a preparação, com jogadores se apresentando atrasados e com lesões. Se espera que consiga dar um padrão à Seleção nos próximos confrontos. Positivo A reformulação do vôlei brasileiro a partir de Bernardinho começa a colher frutos. Homem de quadra, estudioso, ex-atleta, Bernardinho, que já havia mostrado serviço na Seleção feminina, conquista a Liga Mundial e devolve ao mundo a credibilidade do vôlei brasileiro, até então arranhada. Negativo Enquanto no Figueirense os representantes da Traffic foram recebidos para a vistoria visando aos jogos da Copa América por uma comissão de dirigentes, com pompas, explicações num relatório sobre as vantagens de chegar ao Scarpelli, com mapas e tudo o que tinha direito, no maior profissionalismo, na Ressacada os mesmos representantes fizeram a vistoria acompanhados apenas pelo diretor de patrimônio Sebastião Salvador. E só. É pouco. E amador. A guerra Horacio Lázaro, dirigente da empresa encarregada de vistoriar os estádios de futebol do Sul do Brasil esteve no último sábado em Florianópolis e concluiu. “Os gramados são ruins, as cabines de imprensa também precisam melhorar, pois aqui estarão mais de 300 jornalistas, necessitamos ainda de mais quatro campos de treinamentos, e os jogos serão em apenas um estádio”. Seriam. Os Trapalhões Um dos programas de maior audiência da Rede Globo foi revivido no último sábado, em edição portenha. Os dirigentes da Confederação Sul-americana de Futebol, ameaçados pelo presidente da Colômbia, acabaram por encontrar uma solução rigorosamente complicadora, ao cancelar a Copa América deste ano, marcando-a para 2002. Pensam que, em seis meses, os problemas da Colômbia serão resolvidos e haverá segurança total para a realização da competição. Sessão pastelão O impasse surgiu antes da reunião de sábado. Ameaças foram feitas de todos os lados. O chamado “Pacto do Pacífico”, tendo à frente Chile, Peru, Equador, Venezuela e Colômbia, queria a manutenção da Copa América na Colômbia, este ano, sob garantia do presidente do país. Na votação houve empate com Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia, querendo a Copa fora da Colômbia. Não houve acerto e a solução foi manter para a Colômbia a Copa América em 2002. O calendário Os dirigentes sul-americanos conseguiram bagunçar o calendário internacional do futebol, largando na mão da Fifa a bomba de realizar a Copa do Mundo a partir do fim de maio e a Copa América no início do ano. E nós, como ficaremos? O novo calendário, cujo primeiro passo para reorganizar o futebol brasileiro terá datas suficiente para tantas competições? E a Copa Sul-Minas, o Campeonato Estadual, a Copa do Brasil, o Supercampeonato regional, a Libertadores da América e os campeonatos brasileiros em todas as suas séries?
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