Não bastassem todos os problemas do trânsito de Florianópolis, sinaleiras fora de sincronia ou em amarelo piscante estão causando mais transtornos aos motoristas que circulam pela região central da cidade. A prefeitura promete publicar nos próximos dias o edital para escolha da empresa que fará a manutenção das sinaleiras da cidade.

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Na região do terminal Cidade de Florianópolis, um dos principais cruzamentos fica entre a avenida Paulo Fontes e a rua da praça Adolfo Luiz Dias (da maçonaria), via usada por quem vem do sul da Ilha. Na Paulo Fontes, a sinaleira anterior fica verde antes da que tem logo à frente, e os carros trancam o cruzamento. Quando abre o sinal para quem está na Adolfo Luiz Dias, os motoristas não conseguem avançar.

— Isso aqui fim de tarde é um caos. Ficam os carros buzinando, passando um por cima do outro. Eu me admiro não ter visto nenhum acidente ainda — conta a dona Dirce Debus, que trabalha em um quiosque de lanches bem na esquina.

Outro problema está na rua Alves de Brito, acesso de quem vem da Beira Mar Norte sentido centro e quer acessar a Bocaiuva. O sinal da Beira Mar abre, mas o da Alves de Brito segue vermelho. E aí os carros fazem fila e trancam os motoristas da marginal (jornalista Rubens de Arruda Ramos).

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— Mesmo sabendo disso e cuidando, não deu tempo. Eu fiquei no meio da rua com o pessoal buzinando para mim e eu ali trancada. Fiquei muito nervosa — lembra a jornalista Bianca Backes.

Ainda há problemas como semáforos em amarelo piscante ou desligado, que ficam poucas horas assim mas são capazes de trancar o trânsito. Isso tem acontecido porque, desde 16 de junho, Florianópolis está sem uma empresa para realizar a manutenção nos 134 cruzamentos da cidade que possuem semáforos. A Dataprom, especializada de Curitiba, que realizava o serviço, não teve o contrato emergencial de 6 meses renovado. Por isso, um grupo de funcionários da prefeitura recebeu treinamento e está fazendo a manutenção dos equipamentos, enquanto é preparado o edital para a contratação de uma nova empresa que fará a manutenção dos semáforos.

Na época da assinatura do contrato emergencial, a justificativa era o caos gerado no trânsito da cidade devido à paralisação dos serviços pela mesma Dataprom, que alegava falta de pagamento da prefeitura em uma dívida então na casa de R$ 1,2 milhão. Os paranaenses estavam à frente do sistema semafórico da Capital desde outubro de 2015, quando foram contratados sem licitação sob a justificativa de o município estar elaborando um edital de pregão eletrônico. O edital, aliás, teve como vencedora a mesma Dataprom, em um contrato de quase R$ 6 milhões. Hoje, o município deve a empresa mais de R$ 640 mil.

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A Secretaria de Mobilidade Urbana da Capital explica que sempre que há tempo instável na região, ocorre uma irregularidade na tensão da energia elétrica fazendo com que alguns cruzamentos entrem em modo de segurança (amarelo intermitente). Tão logo exista o comunicado desse problema em algum cruzamento, essa equipe vai ao local para restabelecer o funcionamento regular do equipamento.

Sobre a falta de sincronia em alguns pontos da cidade, a prefeitura informa que conta com o engenheiro Lírio José Legnani, do Ipuf, para redesenhar os planos semafóricos do município. Isso é necessário, pois quando uma sinaleira é desligada da central da empresa que atuava na Capital – e que fica em Curitiba – ela passa a atuar no plano manual. O plano que está em produção deve para permitir que o Município possa gerir o próprio sistema, independentemente da empresa que venha gerenciar o controle de sinaleiras de Florianópolis.

A paralisação inclui o desligamento do sistema de monitoramento de tráfego e a interrupção do fornecimento do software de controle, que gerência o trânsito e sincroniza os semáforos em horários e vias de maior movimento.

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Em dezembro de 2016, a companhia paranaense Dataprom suspendeu as manutenções alegando falta de pagamento por parte da prefeitura. Desde então, o serviço vinha sendo prestada por uma empresa terceirizada de forma emergencial.

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Sinaleiras da avenida Paulo Fontes não tem sincronia com a da Praça da Maçonaria
Sinaleiras da avenida Paulo Fontes não tem sincronia com a da Praça da Maçonaria (Foto: Betina Humeres / Agencia RBS)