A primeira fase do inquérito epidemiológico de Covid-19 realizado em Joinville teve os resultados divulgados nesta quinta-feira (27) na cidade. Dentre as análises apresentadas pelo médico Henrique Diegoli, coordenador da pesquisa, e pelo secretário da Saúde, Jean Rodrigues da Silva, está o número de mortes por coronavírus que a cidade poderia registrar até dezembro de 2020 caso mantivesse as condições registradas em julho e a velocidade de transmissão: pelo menos 1,2 mil.
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– Tínhamos um cenário bem preocupante, no final de julho, e conseguimos conter. Sem agirmos, teríamos muito mais óbitos, e sem a possibilidade de leitos – ressalta o secretário.
Conforme dados do governo do Estado atualizados na última quarta-feira (26), atualmente o município contabiliza 246 óbitos. Conforme a secretaria, as medidas tomadas no município de prevenção do coronavírus contribuem para o menor número de ocorrências durante período. Diegoli pontua, ainda, que a a estabilização aconteceu porque houve uma mudança no comportamento das pessoas. Segundo ele, sem as medidas, Joinville estaria no pico da doença agora.
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– Observamos uma correlação bastante grande entre as medidas tomadas com o achatamento da curva, no início de agosto. Este número de óbitos de 1.200 foi o que tivemos em diversas cidades do mundo. Aqui em Joinville, não deixamos chegar a uma situação tão grave – lembrou o médico Diegoli.
Número de testagem próximo da meta
Segundo dados divulgados pela prefeitura, as testagens chegaram próximo das metas determinadas. Os gráficos apresentaram a evolução dos casos a cada semana. Na primeira semana, em junho, apenas 1,4% da população havia sido exposta ao vírus. Isso se manteve baixo até a quarta semana. A partir da quinta semana o número começou a aumentar, chegando a 2.62%.
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No entanto, na primeira semana de agosto o número chegou a 13.38%, o que representa um aumento expressivo.
Segunda fase com testes para assintomáticos
Concluída a primeira fase do inquérito epidemiológico, será iniciada uma segunda fase. Passarão a ser feitos testes rápidos em pacientes assintomáticos, por demanda espontânea e por agendamento por meio do site da prefeitura.
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– Estes testes são para continuarmos medindo a curva – explicou o secretário da Saúde, Jean Rodrigues da Silva.
A meta é de aplicar de 100 mil a 200 mil testes até dezembro, especificamente em assintomáticos. Quem tem sintoma fará outro teste, o RTPCR.
– Importante salientar que só conseguimos avançar no monitoramento da pandemia, graças a essa medição em tempo real. Porém, nada disso que a gente fez vai ser suficiente se as pessoas ignorarem o processo de distanciamento daqui por diante – pediu Jean.
Segundo ele, em setembro, possivelmente serão feitos ajustes e flexibilizações, mas continuarão monitorando as medidas.
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– Em outubro, reativaremos serviços de saúde no município, retomando as cirurgias. Com menos leitos para Covid, poderemos atender outras patologias – reforçou.
Primeira fase iniciou em junho
O inquérito epidemiológico inicou em 15 junho e contou com 6.901 entrevistas, 5.824 agendamentos e 4.411 testes, envolvendo todos os bairros da cidade. O desenho do estudo se baseou numa amostra representativa da população a cada semana, fazendo testes rápidos para detecção de anticorpos para COVID-19, nas 12 UBSFs e no Centro de Triagem.
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Para os agendamentos, foram envolvidos mais de 100 voluntários e estagiários de diversas universidades da região.
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A observação da dinâmica da transmissão da doença em Joinville fez com que fossem tomadas medidas para evitar impactos maiores. Os Decretos 38.520, 38.777, 38.867, além do Decreto Estadual 724 e da Portaria 145, definiram a necessidade do isolamento domiciliar, circulação de pessoas, limitação de público em estabelecimentos, horários de funcionamento, entre outras restrições.