Após mais de 30 anos em que os catarinenses acostumaram a adiantar o relógio em uma hora nesta época, o motivo alegado para a estratégia era a redução no consumo de energia elétrica — principalmente durante o fim de tarde, com mais horas de sol. Desta vez, a medida não foi adotada. Esse ano, o Governo Federal explicou por que cancelou o horário de verão: estudos técnicos que mostravam eliminação dos benefícios causados e mudanças no comportamento da população.
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Em Santa Catarina, houve um crescimento de 8% no consumo de energia durante o primeiro trimestre de 2019 — o maior índice dos últimos cinco anos. Foram recordes seguidos de demanda máxima diária registrados pela Celesc. A tendência havia sido observada desde 2017, e a expectativa é que índices maiores sejam alcançados na próxima temporada.
Ouça as informações:
— O sistema precisava estar preparado no meio do dia, onde com o uso de aparelhos de ar condicionado. Estamos preparados para novos recordes, nossa capacidade hoje é maior do que a demanda máxima ocorrida — disse Gustavo Cavalcanti, gerente do Departamento de Comercialização e Gestão de Energia da Celesc.
Segundo a companhia, a parte operacional não sofre interferências sem a adoção do horário de verão.
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Já de acordo com a endocrinologista Isis Toledo, alterações hormonais tornavam-se comuns durante o período que era necessária a adaptação do organismo com o início e o fim do horário de verão.
— Com o fato de acordar uma hora mais cedo e uma hora mais tarde, precisamos levar em consideração a questão da temperatura corporal, que é um dos principais marcadores do nosso relógio biológico. Essa alteração gera oscilação no nosso corpo, e isso pode causar cansaço, fadiga e aumento de doenças cardiovasculares de forma aguda — declarou a médica.
Dias mais longos no verão
O físico Marcelo Girardi explica que o equinócio de primavera, no último dia 23 de setembro, foi o momento de praticamente 12 horas de luz natural e 12 horas de céu escuro. Já em 22 de dezembro, ocorrerá o solstício de verão, que representa teoricamente o dia com mais horas de claridade no ano.
— De setembro até agora, a duração da iluminação do dia vem aumentando. Por isso, quando acordamos às 6h hoje, já está bem claro — explicou o professor do IFSC.
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