A lua-de-mel da interinidade terminou para Michel Temer. O novo presidente da República enfrentou neste 7 de Setembro o primeiro evento público no Brasil depois do impeachment de Dilma Rousseff. E foi recepcionado com vaias e aplausos. Um resumo do clima que encontrará daqui por diante. Com o PT no seu melhor papel – o de oposição –, as manifestações seguirão, concentradas nas reformas do Trabalho e da Previdência. A virada neste cenário depende de Temer e da sua capacidade de colocar a política econômica nos eixos. Se a economia respirar, com um final de ano mais positivo para o mercado de trabalho, ele terá superado as desconfianças. Para isso, precisará conseguir pacificar a base de apoio no Congresso, contrariar interesses das corporações e ser bem mais firme nas decisões. Sem ambiente para ostentações e disposto a ficar longe de polêmicas, ontem, o presidente decidiu ser discreto. No desfile da Independência, abriu mão do Rolls-Royce e da faixa presidencial.

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Com as centrais

No próximo dia 14, o ministro Ronaldo Nogueira (Trabalho) apresenta a proposta de Reforma Trabalhista às centrais sindicais. Nogueira garante que está descartada mudança no modelo do FGTS, parcelar o 13o salário, fatiar férias e aumentar a jornada:

— Estou aberto à negociação. Posso assegurar: não vou ter trabalhador na rua contra mim.

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Tabalhista

O governo Temer resolveu acelerar as reformas. Depois da Previdência, a Trabalhista será enviada ao Congresso em dezembro. O texto está praticamente pronto, separado em três eixos: segurança jurídica, consolidação dos direitos e oportunidade de ocupação e renda.

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Dentro de casa

As vaias e os gritos de “fora Temer”, durante a cerimônia do 7 de Setembro na Esplanada, vieram das arquibancadas de convidados. A assessoria do Planalto informou que os convites foram distribuídos a funcionários.

— São viúvos do PT – reclamava um assessor palaciano.

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