O contorno da BR-101 na Grande Florianópolis lembra a ampliação do aeroporto da Capital: está recheado de atrasos e polêmicas.
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Se fosse como o contrato prevê, nesta temporada os motoristas da região não deveriam dividir o mesmo espaço com os viajantes porque a obra estaria pronta desde março. Otraçado ainda não está definido e a diferença entre projetos é de 18 quilômetros. A Autopista Litoral Sul não dá margem para sonhos e no melhor cenário o prazo de conclusão da obra é 2017.
Depois de um ano de discussões, o traçado está perto de ter uma definição. Foi dividido em três trechos e falta decidir como será o que contorna Palhoça, afirma o deputado federal Décio Lima (PT), coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense. Ele explica que está prevista a passagem por um loteamento da Rodobens que está incluído no programa Minha Casa Minha Vida.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está em fase final da elaboração do novo traçado. Décio Lima diz que a previsão era divulgar o resultado até o Natal. O contorno teria 48 quilômetros e se assemelha ao projeto inicial feito pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O traçado é considerado uma vitória porque em março, nas audiências públicas em Biguaçu, São José e Palhoça, a Autopista Litoral Sul apresentou projeto de 30,85 quilômetros. Os prefeitos da Grande Florianópolis e os deputados federais refutaram a proposta e pressionaram a ANTT.
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Projeto pode superar verba e levar a aumento no pedágio
O contrato de concessão da BR-101 previa recursos para a obra que em valores atualizados chega a R$ 400 milhões. Ocorre que o projeto que deve ser apresentado terá dois túneis em cada sentido, o que encarece a construção, declara o engenheiro Ricardo Saporiti, consultor da Federação das Indústrias de SC (Fiesc).
Ele usa os custos da duplicação da BR-101 Sul para fazer uma estimativa. Um túnel sai por R$ 40 milhões, aumentando o valor da obra em R$ 160 milhões, o que representa 40% do orçamento. O engenheiro fala que não poderia ter sido liberado um loteamento na área em que passariam as pistas. A posição do prefeito de Palhoça, Ronério Heiderscheidt, de defender a Rodobens, é criticada pelos envolvidos na negociação do contorno.