Com quase 29 mil crianças infectadas por Covid desde o início da pandemia, Santa Catarina ainda não tem prazo para iniciar a vacinação na faixa etária entre 5 e 11 anos, mesmo com a liberação da Anvisa. O motivo é a falta de doses. Para especialistas, imunizar esse público-alvo é fundamental para o combate da pandemia.

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Segundo dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de SC (Dive), até esta sexta-feira (17), 28.788 crianças haviam sido infectadas com a Covid-19 no Estado. Dessas, 169 precisaram ser internadas em um leito de UTI e oito morreram.

As cidades catarinenses que registraram mortes de crianças por Covid foram Sombrio, Criciúma, Forquilhinha, Concórdia, Itajaí, Mirim Doce, Chapadão do Lageado e Rodeio. 

Segundo o médico infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, apesar de essa faixa etária ser menos afetada com o vírus, a preocupação é a mesma em relação à contaminação.

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Além disso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as crianças têm sido as mais afetadas pela onda da Covid-19 que vem ocorrendo na Europa. 

— Quem está com receio da vacinação da Covid para os seus filhos deve se preocupar com a doença. Essa sim tem um impacto importante na população pediátrica. As crianças também hospitalizam e transmitem — explicou o especialista em entrevista ao NSC Notícias.

Mais de 642 mil crianças estão aptas a se vacinar em SC 

Nesta semana, a Anvisa aprovou a aplicação de doses da Pfizer em crianças entre 5 e 11 anos. No entanto, a dosagem é diferente das doses aplicadas nos adultos. 

Nas vacinas utilizadas para pessoas com 12 anos ou mais, a composição é de 30 microgramas por dose. Já nas crianças de 5 a 11 anos terá o equivalente a um terço da fórmula padrão (10 microgramas por dose).

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Como o imunizante não está disponível no Brasil, ainda não é possível iniciar a aplicação nesse público, segundo a Dive. Ainda não há previsão de quando essas doses serão enviadas. No Estado, 642.800 crianças estão aptas a tomar a vacina. 

— O Ministério da Saúde é o responsável pelo insumo da vacina. Então, estamos aguardando o posicionamento do ministério, já foi nosso questionamento, para quando essas vacinas vão chegar para que a gente possa iniciar a vacinação o mais rápido possível — explica o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro. 

O infectologista Renato Kfouri reforça que a imunização para essa faixa etária é importante não só para o grupo, mas também para garantir a proteção de todos. 

— É um caminho natural na prevenção da doença. Não só individualmente, não só na proteção direta dessas crianças, mas também na questão da transmissão. Quanto maior o número de vacinados, menos vulneráveis a novas ondas vamos estar — enfatiza. 

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