Moradores da rua Clarindo Sebastião da Cunha, no bairro Espinheirinhos, em Itajaí, e de outras sete ruas vizinhas, vivem uma situação difícil de se imaginar nos dias de hoje: não recebem em casa as suas correspondências. Há cerca de 20 anos, todas as entregas dos Correios são armazenadas dentro de uma caixa no único estabelecimento comercial da redondeza, onde hoje funciona um minimercado. O problema atinge aproximadamente 70 famílias.

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O aposentado Lourival de Oliveira, 60 anos, conta que dos 38 anos que mora no bairro, há aproximadamente duas décadas briga para ver o problema crônico das entregas solucionado. Em todos esses anos, o máximo que conseguiu foi fazer com que as correspondências pelo menos chegassem ao local.

– Aqui é a comunidade que tem que vir coletar suas cartas. Tudo o que ouvimos dos Correios em todos esses anos, é que não é permitido entregar porque esta área é considerada uma zona rural – destacou Oliveira.

Pagar contas com atraso, ter a carta levada por outras pessoas e recorrentes extravios de contas são apenas alguns dos problemas enfrentados pela população daquela localidade devido à falta do serviço de distribuição domiciliar.

É a atual proprietária do minimercado, Rosana Rosa, 41 anos, quem hoje organiza numa caixa de arquivo as correspondências da vizinhança deixadas no local e que todos os dias acomoda a papelada deixada pelos Correios sobre uma mesa do lado de fora do estabelecimento.

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– Tento organizar as correspondências por dia de entrega, mas sempre vem um que acaba misturando os pacotinhos. Aqui sempre foi o ponto de encontro das correspondências, mesmo quando era um bar- conta Rosana, que há 17 anos mora no Espinheirinhos.

Na mesma caixa das correspondências mais recentes estão separadas também as mais antigas, que pertenciam a moradores que já deixaram o bairro ou que até já morreram. Já habituado com o problema, Joel da Silva, de 45 anos, nascido no bairro, é quem acaba se encarregando de entregar as cartas para alguns moradores:

– Às vezes, tem um vizinho que não pode vir, aí como eu já conheço, já pego a correspondência e levo junto com as minhas para entregar.

Promessa de solução para agosto

A diretoria regional dos Correios de Santa Catarina, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que, em novembro de 2013, quando atualizou o sistema de distribuição domiciliar em Itajaí, incluiu a rua Clarindo Sebastião da Cunha no sistema. Com isso, a promessa é de que a partir de agosto o problema na localidade seja resolvido.

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A assessoria dos Correios não tinha um levantamento de quantas ruas em Itajaí passam pelo mesmo problemas, mas explicou que para receber o serviço de distribuição domiciliar a via precisa atender critérios como: nome oficial da rua, numerações regulares, placa a cada 400 metros com o nome da rua, caixinhas de Correios nas casas, segurança para os carteiros e não ter cachorros soltos na rua.