Dos três filhos de Janaína Consuelo de Oliveira Urnau dois estão na escola. Como a família não tem computador e internet, a mãe busca as apostilas de estudo na escola. Caio, seis anos, está no primeiro ano, enquanto a irmã Anaelice, nove anos, no quarto ano do ensino fundamental. 

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Janaína estudou até a 7ª série e diz ter dificuldades para ajudar nas atividades com maior grau de complexidade para a filha. A família mora no bairro Forquilhinha, em São José, na grande Florianópolis, e tenta uma rotina: diariamente das 10h às 12h, mãe e filhos se sentam na sala para fazer os trabalhos. 

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A retirada das apostilas é quinzenal e o material só será corrigido quando as aulas presenciais recomeçarem, o que é um problema, pois existem exercícios que dependem do conhecimento anterior.

Janaína conta que existe um grupo de pais para ajudar, que é feito pelo WhattsApp, mas nem sempre é possível. Ela conta que os filhos têm dificuldade para se concentrar.

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— A gente é mãe e as crianças não respeitam tanto quanto aos professores. Acho que muita gente está percebendo a importância do professor, que sabe ensinar e exigir disciplina das crianças. A gente deve valorizar muito o professor que consegue coordenar uma sala com 30 crianças. Aqui em casa é difícil, pois eles têm idades diferentes e riem muito na hora das tarefas.

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“Sinto falta da professora”

Anaelice, nove anos, frequenta o 4º ano do Centro Educacional Municipal Santa Terezinha, no bairro Forquilhas, em São José. A menina achou uma coisa boa nesses tempos em que precisa ficar em casa:

— A gente dorme mais – diz ela.

Por outro lado, a menina conta que está com saudade da escola:

— Sinto falta da minha professora, da merenda e da leitura – explica.

Além disso, Anaelice sente falta das brincadeiras com os colegas na hora do recreio:

— A gente se diverte juntos – conlui.

Psicopedagoga Albertina Chraim dá dicas para os pais organizarem a rotina com os filhos:

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