O espetáculo não poderia ter sido pior para a imagem do Brasil. Dois dias depois do sorteio dos grupos da Copa de 2014, com os olhos do mundo voltados para o nosso futebol, torcedores do Atlético Paranaense e do Vasco promoveram uma pancadaria selvagem nas arquibancadas da Arena Joinville, onde o jogo foi realizado. A briga resultou em vários feridos, três deles hospitalizados em estado grave. Ficou evidente a imprevisão dos organizadores do jogo, que era decisivo e reunia torcidas organizadas com histórico de violência.

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De acordo com o comando da Polícia Militar de Santa Catarina, a tropa demorou a intervir porque a segurança no interior das praças esportivas é feita por agentes privados – como também ocorre nas competições organizadas pela Fifa. Ainda assim, é incompreensível que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e os dirigentes dos dois clubes não tenham reforçado o controle, sabendo que se tratava de um jogo de vida ou morte para o Vasco, que tentava se livrar do rebaixamento, e de extrema importância para o Atlético PR, em busca de vaga na Libertadores da América. Nada disso justifica a brutalidade. Nem deve inibir a polícia de uma investigação rigorosa, para que os responsáveis pelas agressões sejam punidos.

Mas o estrago já está feito. As cenas de batalha – agressões de parte a parte, torcedores chutados e pisoteados, muita correria e paralisação da partida por mais de uma hora – correram o mundo com a instantaneidade da era digital e já suscitam questionamentos sobre a capacidade do Brasil para realizar uma Copa do Mundo sem expor a riscos os visitantes. Com dirigentes tão lenientes, fica mesmo difícil assegurar aos estrangeiros que nada ocorrerá.

O mínimo que se espera, agora, é que o deplorável episódio de ontem acorde as autoridades e gere providências efetivas de combate à violência nos estádios.

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