A morte do torcedor avaiano não pode se transformar em mais um entre os tantos casos insolúveis que viram sinônimo de impunidade no Brasil. ?

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Ainda atônita com a tragédia, a sociedade catarinense deve exigir que o episódio ocorrido no início da madrugada de ontem na altura do km 136 da BR-101, em Balneário Camboriú, tenha apuração rigorosa e punição exemplar dos responsáveis. A morte do torcedor avaiano João Grah, 27 anos, atingido por uma pedra jogada contra o micro-ônibus em que viajava da capital paranaense para Florianópolis – depois de acompanhar a partida contra o Paraná -, não pode se transformar em mais um entre os tantos casos insolúveis que viram sinônimo de impunidade no Brasil. O jovem, que chegou a ser atendido pela concessionária da Autopista Litoral Sul e encaminhado a um hospital em Balneário Camboriú, foi vítima de uma ação absurda e absolutamente intolerável.

A expectativa generalizada é que todos os esforços devem ser empreendidos para elucidar o caso, com a ajuda valiosa das câmeras de monitoramento da rodovia federal que está sob concessão. As imagens já disponibilizadas mostram os criminosos se posicionando no elevado, fazendo o ataque contra o veículo e, em seguida, fugindo do local. O episódio, que gerou comoção em Santa Catarina, desperta ainda mais revolta pela possível ligação com guerras entre torcidas – uma das linhas de investigação desenvolvidas pela Polícia Civil do Estado, que conta com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF). No caso em questão, os passageiros não são vinculados a torcidas organizadas, mas mesmo assim a possibilidade é considerada.

Caso essa hipótese lamentável se confirme, será imprescindível uma união de esforços de todos os setores – incluindo a Federação Catarinense de Futebol (FCF) e clubes – para que esses fatos não se repitam. Esta irracionalidade criminosa ameaça o próprio futebol, pois afasta os torcedores dos estádios. Depois de promover uma Copa do Mundo com segurança e comodidade, o país não pode permitir a volta ao primitivismo e à selvageria da delinquência infiltrada entre os que amam o futebol e querem paz.

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