Na noite de 6 de dezembro, a Fifa sorteia os grupos da Copa de 2014. Sabendo onde vão jogar, as seleções começam a correr para definir sua base no país – os Centros de Treinamento de Seleções (CTS). E o gaúcho Frederico Nantes começa a voar. Ele é o responsável pelo contato com as seleções classificadas à Copa, e uma de suas tarefas será facilitar as visitas das delegações aos centros: marcação de passagens para os diretores e técnicos, hotel e agendamento das vistorias, tudo é responsabilidade do Comitê Organizador Local.
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Como os melhores locais serão obtidos por quem pedir primeiro, as seleções vão precisar de agilidade – e o gerente geral de competições vai coordenar essa corrida. Confira como isso vai funcionar:
Zero Hora – As seleções devem definir rapidamente os locais em que treinarão?Frederico Nantes – Sem dúvida. Provavelmente vamos trabalhar durante toda a madrugada, todo mundo vai querer fazer a vistoria final o quanto antes. Até agora, 18 seleções já fizeram visitas aos centros: foram 37 inspeções, cada uma durando até sete dias, e os enviados podem visitar até 15 CTS por vez. O Japão já veio mais de uma vez, conferiu tudo no Brasil. A partir do dia 7 de dezembro, é só acertar os detalhes finais.
ZH – Alguma seleção indicou preferência pelo Rio Grande do Sul?
Nantes – Os diretores das federações não deixam escapar nada. Caxias do Sul e Bento Gonçalves foram as cidades mais visitadas. O Rio Grande do Sul está bem, é o segundo estado com mais CTS, só perde para São Paulo.
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ZH – As baixas temperaturas do inverno gaúcho podem atrapalhar? Se comenta que a tendência é que a maioria das seleções fique em São Paulo.
Nantes – As seleções europeias não tem problema algum com o frio, estão acostumados. Se fala muito sobre São Paulo, mas vai depender do sorteio e do local dos jogos.
ZH – Qual é o segredo para atrair uma equipe importante?
Nantes – Campo de treinamento de grande qualidade. Tudo é importante, a proximidade entre hotel, campo e aeroporto. Mas o gramado é o mais importante de tudo.
ZH – Os representantes das seleções estão satisfeitos com o que viram até agora?
Nantes – Muito, temos uma boa gama de opções. São 71 CTS para serem escolhidos por 32 seleções. Na África do Sul foram 56. E o nosso número vai subir, temos mais 49 inscritos. A última versão do catálogo será divulgada em novembro.
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ZH – Como vai funcionar o transporte das seleções durante a Copa?
Nantes – É tudo nossa responsabilidade. Todos os times farão voos fretados entre uma sede e outra. Na Copa das Confederações foram 46 atendimentos. Na Copa, esse número pode chegar a 322. Os árbitros deverão ficar concentrados no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca. Vão viajar em voos comerciais, e com eles a preocupação é com a segurança.
ZH – Que tipo de estrutura tem que ser montada para o atendimento às seleções no Mundial?
Nantes – Cuidamos de tudo, até indicamos os hotéis para os familiares dos jogadores. A Itália na Copa das Confederações trouxe 15 toneladas de equipamento: um vestiário inteiro, até cadeiras. Só de queijo foram 200 quilos. Fizemos todo o meio-campo para a liberação da entrada do material no Brasil.