A Seleção não dá segurança, e o técnico Dunga já é visto com reservas. Portanto, o clássico desta noite contra a Argentina, em Belo Horizonte, só podia estar cercado da tradicional desconfiança mineira.

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Confira os detalhes do clássico

A festa está pronta. O circo armado em cada lugar visitado pela Seleção está com a lona esticada. O Mineirão parece efervescer nestes dias. Só há uma ressalva: o time. A atuação desastrosa contra o Paraguai deixou os mineiros sestrosos. Do mais anônimo ao famoso e cordato Tostão.

– A renovação é lenta. Precisa tentar alternativas. Não existem jogadores fabulosos no momento, mas o Dunga tem que mudar um pouco o grupo – sugeriu o tricampeão.

Para Tostão, há um vácuo de produção na nossa fábrica de craques. Apenas Kaká e Ronaldinho podem se dizer “craques”. Como eles estão fora e vivem às turras com Dunga, “a qualidade da Seleção caiu”. Restou Robinho, mas este, na opinião de Tostão, ainda precisa subir alguns andares na carreira. Isso reflete-se em campo.

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– Com o Dunga, na maioria das vezes, a Seleção não agradou – observa.

Mesmo descontente com o rendimento, Tostão pretende se acomodar no Mineirão às 21h50min para assistir ao clássico. Se saísse ontem de sua casa em Nova Lima, na região metropolitana, e chegasse ao centro da Capital encontraria raros sinais do jogo.

Só mesmo na Praça da Estação havia indícios do jogo da Seleção. Dali saem os trens de passageiros com destino a Vitória, com parada nas históricas Mariana e Ouro Preto. O local abriga as grandes festas populares, como as disputas entre as quadrilhas de São João.

Hoje, a praça será do futebol. Um telão mostrará o jogo. Faltou ingresso. Boa parte dos 57 mil colocados à venda ficaram com cambistas. A arquibancada, de R$ 30, passou para até R$ 180.

O espetáculo da noite no Mineirão promete. Os mineiros do Jota Quest e do Skank fazem show antes da partida. Pedro Bial, o amigo dos Big Brothers, será o mestre de cerimônias. Para completar, Gal Costa foi a escolhida para cantar o hino nacional. Ontem, ela fez a passagem de som no início da noite e premiou quem seguiu no estádio depois do treino da Seleção.

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Reinaldo, ex-centroavante da Seleção e do Atlético-MG, ídolo mineiro e comentarista da TV Alterosa, foi ao estádio para participar de reportagem. Quando o viu, o preparador físico Paulo Paixão, em serviço com a Seleção, deixou o gramado do Mineirão e foi abraçá-lo.

Assim como Tostão, Reinaldo está descontente. Condena principalmente os três volantes apresentados por Dunga durante a derrota diante do Paraguai. Mas, em Minas, até o Skank, do show de abertura, deve estar desconfiado com a Seleção.

Receita de Dario: na porrada

O ex-centroavante Dario deixou o futebol, mas segue uma estrela. Com suas tiradas engraçadas e frases de efeito, ele protagoniza um quadro sobre futebol em programa local de TV. Ontem, Dario participou da entrevista coletiva. Com a camiseta oficial do Atlético-MG, calça e sapatos brancos, roubou a cena no gramado da Cidade do Galo. E deu a receita para vencer a Argentina.

– Tem que usar o esquema trator: na porrada – repetia, dando um pulo para a frente depois de falar pausadamente a palavra “hermanitos”.

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Dadá conseguiu conversar com Robinho, em meio ao burburinho. Pediu um gol e saiu com a promessa:

– Vou fazer três – divertiu-se Robinho.

Dica de Reinaldo: ir ao ataque

Um dos melhores centroavantes do Brasil, Reinaldo reclamou:

– Foi uma violência a Seleção jogar com três volantes contra o Paraguai. Tem que ir para o ataque.

Sobre o envolvimento da torcida, Reinaldo respondeu:

– O povo aqui pensa sempre assim: “Tá bom, mas vamos ver como está”.