O Programa Mais Médicos, lançado pelo Ministério da Saúde para suprir a falta de profissionais em regiões carentes e do interior do Brasil, foi muito bem pensado e acertado. Afinal, o déficit atual do país é de 54 mil e há cidades sem nenhum médico.

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O desdobramento do programa, que prevê a vinda dos estrangeiros, também merece aplausos, pois o governo da presidenta Dilma Rousseff oportunizou que os médicos brasileiros ocupassem as vagas e isso não ocorreu.

No caso de Santa Catarina, mais de 70% dos inscritos optaram por trabalhar em Florianópolis ou em outras cidades do Litoral. Entre as 55 cidades rejeitadas no Estado, 42 têm IDH entre alto e muito alto. Independente da bolsa de R$ 10 mil, mais auxílio-moradia e alimentação que será paga pelo governo brasileiro, há tempos que prefeituras no interior do Estado pagam R$ 15 mil, R$ 20 mil mensais e não conseguem contratá-los.

Se o estado da saúde brasileira é preocupante, os médicos têm responsabilidade, sim, de ajudar, de fazer a sua parte para melhorar o sistema. O governo federal anunciou investimentos de R$ 15 bilhões até 2014 na expansão e na melhoria da rede pública de saúde de todo o Brasil, através das Redes de Atenção: Urgência/Emergência, Cegonha, Psicossocial, Pessoas com Deficiências e Pessoas com Doenças Crônicas. E destacamos aqui a importância da Atenção Básica de todo o sistema pré-hospitalar na saúde pública.

Começaram a chegar ao Brasil os médicos estrangeiros, principalmente os cubanos. Que sejam muito bem vindos! Cuba forma médicos para o mundo e esses profissionais possuem visão solidária e exercem uma medicina no verdadeiro sentido da formação. Por isso, é lamentável que as entidades estejam agindo com uma visão extremamente corporativista.

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O diálogo entre o Governo brasileiro e as entidades médicas deve ser mantido em alto nível, para o bem da saúde do Brasil.