Na entrevista coletiva em que a Fifa e o COL anunciaram as sedes da Copa das Confederações, uma frase do diretor de Comunicação da Fifa, Walter De Gregorio, foi a chave para entender porque a entidade topou receber os estádios prontos apenas na última hora.

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– O comprometimento político das sedes foi um fator determinante para a escolha – disse Gregório.

É claro que o fator técnico contou: os estádios mais atrasados (Salvador, Rio e Recife) devem ficar prontos pouco antes do torneio. Mas não foi o principal. O primeiro prazo da Fifa era receber as arenas ainda em fevereiro, para testar com calma os sistemas de entrada, comunicações e segurança. Agora, é 15 de abril, data até a qual todos os estádios terão de promover um jogo-teste.

O fator decisivo foi a pressão política de governadores, especialmente na Bahia e em Pernambuco. Para garantir a manutenção das cidades na lista, o governo federal e o COL convenceram a Fifa de que seus técnicos terão acesso total aos estádios mesmo ainda em fase final de conclusão. Não por acaso, Di Gregorio ressaltou a presença de governadores ou representantes dos seis Estados na entrevista coletiva desta manhã, no Museu do Esporte, em São Paulo.

Nunca uma Copa das Confederações foi disputada em tantas sedes em um mesmo país. A escolha de seis cidades mostra uma força maior brasileira na constante queda-de-braço com a Fifa, que também cedeu na questão da meia entrada.

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Em uma Copa do Mundo quase toda custeada pelo poder público, a Fifa não tem a menor vontade de brigar com os governos.