Para muitos homens e mulheres, a ida ao salão de beleza é indispensável ao longo do mês. Mas o fato de cuidar das unhas dos pés e das mãos é uma atividade que exige atenção das pessoas para que não se torne um problema de saúde.

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Com o objetivo de prevenir possíveis riscos, o Serviço de Vigilância Sanitária e Ambiental (Visa), da Secretaria da Saúde de Joinville, realiza desde o ano passado fiscalizações em estabelecimentos joinvilenses.

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A vistoria pode levar ao fechamento de serviços, principalmente de manicure e pedicure, se forem identificadas condições higiênicas e sanitárias inadequadas, como o uso de alicates não esterilizados.

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Segundo a coordenadora da Vigilância Sanitária, Edilaine Pacheco Pasquali, entre os meses de agosto e dezembro de 2015, pelo menos 11 salões de beleza foram interditados na cidade, e apenas em janeiro deste ano, outros seis estabelecimentos estão com as portas fechadas por conta das irregularidades identificadas.

– Os fiscais verificam a presença do autoclave nos salões, aparelho que esteriliza os instrumentos. Quando nota-se a falta do aparelho o estabelecimento é notificado. Seguindo a instrução normativa estadual 004 de 2013, o salão pode ter o serviço interditado se não estiver adequado a esta e outras regras – alerta Edilaine.

A reportagem de A Notícia entrou em contato com a Vigilância Sanitária, que reforçou que não vai informar os nomes dos estabelecimentos. De acordo com a coordenadora Edilaine Pacheco Pasquali, a informação passa a ser pública somente após o julgamento do processo administrativo sanitário, que tem origem na infração aplicada na interdição.

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Risco de contrair hepatite

Os fiscais sanitaristas inspecionam a adequação do mobiliário, iluminação e ventilação dos ambientes, limpeza, higienização dos equipamentos, uso de uniformes, de equipamentos de proteção individual e o correto acondicionamento de produtos e cosméticos, além de outros pontos.

O médico endocrinologista Luiz Antônio de Araújo, diz que as doenças mais comumente transmitidas pela falta de esterilização do material são a hepatite dos tipos B e C, além do HIV. Segundo ele, somente no Brasil, há cerca de 4 milhões de pessoas infectadas por essas doenças atualmente.

– Muitas vezes a pessoa pode ser portadora da doença e desconhecer o fato, podendo contaminar outros, por exemplo. Por isso a importância da higienização dos utensílios nos salões. Sobretudo, os pacientes diabéticos devem ter atenção redobrada por conta da facilidade de contrair as doenças. Com isso, a recomendação é para que levem seus próprios materiais quando forem ao salão e verifiquem se há o aparelho autoclave – afirma o especialista.

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Para Alessandro Almeida, diretor técnico do Salão Paulo Franzoi em Joinville, a importância de se usar os equipamentos adequados vai além do fato de cumprir as regras determinadas pelo Ministério da Saúde.

– É fundamental a utilização da autoclave no salão, pois, além do profissional se proteger contra qualquer doença que o cliente possa ter, é uma segurança para quem recebe o atendimento, não correndo riscos, pois os kits esterilizados são abertos sempre na frente do cliente, apontando a identificação de que o equipamento foi higienizado corretamente – resume.

A podóloga Dalila Reicher destaca ainda que, se o procedimento de esterilização dos materiais for incorreto, doenças corriqueiras, como micoses, podem ser transmitidas. Daí surge a importância de os clientes atentarem para as etiquetas de identificação dos kits esterilizados nos salões.

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*Esta matéria foi escrita pelo estagiário de jornalismo Rodrigo Guilherme Pereira, como parte de seus estudos de estágio no jornal “A Notícia” onde atua desde julho de 2014.