A confusão registrada no dia 27 de janeiro em um posto de gasolina do bairro Estreito, em Florianópolis, não teve relação com torcidas organizadas e nem rivalidade entre torcedores do Figueirense e do Avaí. Essa é a conclusão do inquérito da Polícia Civil, que foi entregue nesta quinta-feira (21) no Fórum da Capital. O delegado Daniel Régis, da 3ª DP, concluiu as investigações com o indiciamento de seis pessoas – cinco adultos e um adolescente. O tumulto aconteceu após o clássico disputado naquele domingo no estádio Orlando Scarpelli, também no Estreito.
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Inicialmente, chegou a ser cogitado que o caso era de briga entre torcidas dos dois clubes, mas essa versão foi descartada. Segundo a investigação, apenas dois envolvidos na confusão eram membros de torcidas organizadas. A apuração da Polícia Civil confirmou que, apesar de existirem pessoas com camisetas de torcidas organizadas dos dois clubes da Capital, não se pode afirmar que as infrações tenham sido planejadas por um grupo específico.
O inquérito confirmou que os envolvidos na confusão sequer estavam juntos no mesmo grupo de pessoas antes do ocorrido. A confusão começou, de acordo com o delegado Régis, após um desentendimento entre um torcedor e o gerente do estabelecimento.
Quatro dos envolvidos serão autuados individualmente por suas infrações. Entre as causas do indiciamento estão dano qualificado, furto e tumulto – esta uma conduta prevista no Estatuto do Torcedor.
O gerente do posto de gasolina foi indiciado pela infração de vias de fato, em função de um tapa dado no rosto de um dos torcedores. O adolescente terá sua conduta apurada pela Delegacia de Proteção da Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami) da Capital por ato infracional equiparado a crime.
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Discussão deu origem à confusão
A briga iniciou após o jogo disputado no estádio Orlando Scarpelli, quando um torcedor embriagado tentou entrar na loja de conveniência do posto de gasolina e foi impedido pelo gerente, pois o estabelecimento estava fechando. Após uma discussão, o gerente deu um tapa no torcedor para afastá-lo, o que fez com que o homem revidasse, dando início à confusão. Outros torcedores que estavam nas proximidades se envolveram na briga, causando danos ao estabelecimento e furtando alguns itens da loja de conveniências.
Entre os adultos envolvidos na confusão, dois já possuíam antecedentes criminais, um deles com três passagens policiais por infrações ao Estatuto do Torcedor. A Polícia Civil diz que a Polícia Militar detectou diversas outros delitos nos arredores do estádio após o jogo. Os agentes da PM redigiram vários Termos Circunstanciados naquela data, sendo que um dos envolvidos na briga no posto de gasolina aparece nos relatórios.
O delegado Daniel Régis alerta que esse tipo de conduta gera insegurança nos torcedores que comparecem aos estádios para assistir aos jogos. Além dos indiciamentos, o inquérito da Polícia Civil sugere ao Ministério Público que os torcedores envolvidos na confusão no posto de gasolina sejam proibidos de frequentarem eventos esportivos em todo o território nacional, e fiquem recolhidos em suas residências durante jogos do Figueirense realizados no estádio Orlando Scarpelli.