A declaração de pandemia do novo coronavírus feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) completa seis meses nesta sexta-feira (11). Nesse período, não é exagero dizer que o mundo mudou e as rotinas agora são outras.
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Desde os primeiros meses de isolamento quase total com fechamento de comércio e serviços até estes primeiros dias de setembro, quando o Estado passou a ter menos regiões em risco gravíssimo do novo coronavírus do que o registrado em julho e agosto, muitas transformações e adaptações se impuseram ao comportamento do catarinense. Confira abaixo algumas mudanças mais características dos tempos de pandemia e a situação atual no Estado.
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Uso de máscaras
As máscaras de tecido ou descartáveis se tornaram o principal símbolo dos tempos de pandemia do novo coronavírus. Elas são recomendadas desde o início de abril pelo Ministério da Saúde e pela OMS como barreiras para “gotículas potencialmente infecciosas”. Em julho, uma lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro tornou obrigatório o uso de máscara em espaços públicos e privados com acesso à população em todo o país. Alguns estabelecimentos como comércios e igrejas ficaram de fora desta lei, mas normas estaduais e municipais também reforçam a necessidade de uso de máscara nesses locais. Em SC, desde abril uma portaria obriga a utilização da máscara como medida de prevenção à covid-19.
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Seis meses sem aulas
As aulas na rede pública e particular de Santa Catarina estão suspensas desde 19 de março, oito dias após a declaração de pandemia emitida pela OMS. Especialistas defendem que a medida é necessária para garantir o isolamento de crianças e adolescentes e proteger os próprios estudantes e também familiares como pais e avós, que residam na mesma casa. Nesse período, a rotina de estudos dos alunos ficou restrita às atividades remotas.
Esta semana, o governo do Estado confirmou a previsão de liberação para o retorno das atividades presenciais nas escolas a partir de 13 de outubro. No entanto, isso ainda vai depender da evolução da pandemia no Estado. A palavra final deve ser da Secretaria de Estado da Saúde. O reinício deve ocorrer pelos alunos do ensino médio, com atividades de reforço. Apesar do plano para a rede estadual e particular, prefeituras têm autonomia para definir um planejamento próprio.
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Suspensão dos ônibus
O transporte coletivo também ficou fora da rotina dos catarinenses durante grande parte da pandemia do novo coronavírus. Por serem ambientes fechados, com alta concentração de passageiros, dificuldade para manter o distanciamento e para ventilação, os ônibus foram um dos principais serviços interrompidos quando o Estado começou a registrar alta de casos de covid-19, em março.
O serviço só foi retomado em junho nas principais cidades de SC. Com o aumento de casos e dos índices de ocupação de UTIs em julho, os ônibus pararam novamente de circular e só retornaram ao longo do mês de agosto, com diferenças entre as regiões do Estado conforme a classificação de risco. O funcionamento também obedece normas como capacidade reduzida nos veículos, uso de máscara e distanciamento. Em Florianópolis, um sistema de QR Code cadastra os usuários de cada linha para comunicá-los em caso de contaminação de passageiros do mesmo itinerário.
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Os transportes intermunicipal e interestadual também ficaram restritos desde o início da pandemia, mas foram liberados pelo governo do Estado no fim de agosto, após o período mais crítico de mortes e internações no Estado.
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Proibição de ir à praia
As praias foram centro de polêmicas nesses primeiros seis meses de pandemia em Santa Catarina. Fechadas no início da crise do coronavírus para evitar aglomeração, as orlas do Litoral voltaram a registrar ocupação em fins de semana de sol após liberações de usos de espaços públicos. Nos últimos fins de semana de sol, cenas de movimentação nas praias voltaram a ser registradas no Estado.
Em Florianópolis, a atividade física na praia está permitida, assim como o mergulho sem desrespeitar o isolamento social, mas não é possível permanecer na orla com aglomeração. A prática esportiva nas arenas também está permitida, com até quatro pessoas. Restaurantes e estabelecimentos que usam mesa na areia também estão autorizados a funcionar até as 18h.
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Trabalho em home office
A própria dinâmica do trabalho se transformou nos seis meses de pandemia enfrentados até aqui. Atividades que podiam ser exercidas a distância adotaram a modalidade remota e fizeram o universo das lives e videoconferências serem parte da nova rotina. A medida também é recomendada por especialistas para evitar a concentração de muitas pessoas em um mesmo ambiente fechado de trabalho.
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Segundo a última Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílios (PNAD) Covid-19, do IBGE, 8,5% das pessoas ocupadas estavam em trabalho remoto em Santa Catarina. Os dados são referentes ao mês de julho. No ranking nacional, SC era o 15º Estado com maior número de trabalhadores nessa modalidade de serviço.
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Delivery e compras on-line
A necessidade de permanecer em casa aumentou a procura por serviços de entrega em domicílio e compras on-line. Alguma empresas desenvolveram formas de entregas sem contato entre o entregador e o cliente para buscar mais segurança. A modalidade de delivery também foi a responsável pela manutenção de parte dos serviços de bares e restaurantes durante o período mais severo da quarentena, em que o atendimento presencial estava proibido para respeitar o isolamento.
Este setor, bastante prejudicado durante a pandemia, começa a dar sinais de reação e já registra três meses consecutivos de alta no desempenho em Santa Catarina, após as fortes quedas sofridas em março e abril, meses de isolamento mais restrito em todo o país. Os dados foram divulgados nesta sexta pelo IBGE.
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