Seis meses após desabamento, Sama continua em local improvisado em Joinville

Seis meses após o desabamento do telhado da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (Sama) na rua Anita Garibaldi, a população continua sendo atendida em locais provisórios e ainda não há uma data definida para o novo espaço abrir as portas e começar a operar. O prédio alugado que vai abrigar os servidores da pasta fica na rua Doutor João Colin, no Bairro América, e a última estimativa repassada pela prefeitura é de que a sede esteja funcionando em outubro.

Agora, o governo municipal realiza reforma no novo prédio que vai abrigar a Central de Atendimento ao Cidadão. Além da Sama, os atendimentos da Secretaria Municipal de Saúde e do Procon também acontecerão no endereço do bairro América. Por enquanto, quem precisa dos serviços oferecidos pela Sama, como aprovação de projetos, análise e emissão de alvarás e certidões, devem procurar um dos locais definidos pela prefeitura.

Parte da cobertura da antiga sede ruiu em 28 de fevereiro. A queda do telhado ocorreu no piso superior da estrutura, onde funcionavam as Unidades de Desenvolvimento de Gestão Ambiental, Bem-estar e Proteção Animal, e Parques, Praças e Rearborização Pública.

Na data, 40 pessoas estavam no prédio, sendo que pelo menos 20 foram atendidas no local. A prefeitura alugava o prédio há cerca de 10 anos, com renovação anual do contrato. Em entrevista à reportagem na época do acidente, os Bombeiros Voluntários informaram que o prédio estava com alvará de prevenção a incêndio e pânico vencidos desde maio de 2018.

Tanto a prefeitura quanto o proprietário afirmaram que as manutenções prediais estavam em dia quando aconteceu o desabamento. Bombeiros Militares, técnicos da Defesa Civil e engenheiros elaboraram um relatório para apurar as circunstâncias do acidente. A hipótese é que tenha acontecido um colapso na estrutura metálica do telhado.

Inquérito apura irregularidades

Um inquérito civil foi aberto em 18 de março pela 21ª Promotoria de Justiça de Joinville para apurar as circunstâncias do desabamento. Ele também acompanha a reestruturação dos órgãos de meio ambiente do município, realocados para outros locais.

A reportagem tentou contato com a promotoria para atualizar a situação do inquérito, mas não obteve sucesso até o fechamento desta edição. Em nota, a prefeitura informou que foi feito um relatório prévio, a partir de uma consulta técnica preliminar, não definitiva, solicitada pela Defesa Civil de Joinville. As análises preliminares realizadas no local do sinistro, indicam que o desabamento pode ter ocorrido pela falha da estrutura metálica, sobre a qual apoiava-se o ripamento em madeira da cobertura e telhas.

"A confirmação das causas e origens deverá ser obtida através de rigorosos trabalhos complementares, a serem realizados a partir de inspeções e retroanálises da estrutura" afirmou o órgão na nota.

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Especialista alerta para a necessidade de inspeções regulares

De acordo com o engenheiro Gilberto Luis, especialista em engenharia de estruturas e patologia de obras, é essencial que os munícipes realizem a fiscalização e manutenção das construções e estruturas para evitar este tipo de incidente. Acidentes como o ocorrido com o telhado da Sama não demonstram evidências e nem deixam "aviso" antes de acontecer — decorrendo de forma brusca —, sendo perceptível somente com inspeções prediais regulares.

Conforme o especialista, as estruturas envelhecem e, assim, a resistência da estrutura também diminui. Caso não sejam executadas adequadamente e submetidas a atividades de manutenção regulares, para evitar infiltrações, fissuras e ataques químicos, as consequências deste envelhecimento podem causar acidentes como o ocorrido em fevereiro.

— Não há como antever este tipo de problema na estrutura sem uma inspeção detalhada. Por isso é essencial que as pessoas realizem vistorias periódicas com profissionais especializados — explica o engenheiro.

Ainda segundo Luis, o ideal é que as construções passem pela primeira vistoria logo após a conclusão, já a segunda deve ser realizada no período entre cinco e oito anos de construção.

Atendimento:

– Horário de atendimento ao público foi ampliado: das 8h às 18h;

– Balcão de atendimento fica na sede da prefeitura;

– Processos maiores e mais técnicos precisam de atendimento por agendamento, que pode ser feito no site da prefeitura, aqui.

– Após a queda do telhado da Sama, as equipes foram distribuídas para outros prédios da prefeitura (Arena Joinville, Expoville, Hospital São José e sede da prefeitura).