Gore Vidal publicou dezenas de romances e obras de não ficção aclamadas. O jornalista de Zero Hora Carlos André Moreira escreve sobre seis dos trabalhos mais relevantes.
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Juliano (1964): Vidal era um insatisfeito com o mundo ocidental contemporâneo e com a América em particular, contaminada pelo moralismo cristão. Neste romance, ele faz a defesa do último imperador romano pagão, Juliano (331 – 363), que tentou reconduzir Roma à religião antiga pré-Cristianismo.
Myra Breckinridge (1968): O sexo sempre foi um elemento polêmico na obra de Vidal – seu livro A Cidade e o Pilar é considerado um dos marcos da ficção sobre homossexualidade nos Estados Unidos. Neste anárquico romance, Myra é uma jovem transexual em uma obra que discute os papéis de gênero.
Burr (1973): A série que o próprio Vidal considerava sua Magnum Opus era aquela que se dedicava a recriar ficcionalmente a formação do “Império Americano”, na contramão da história oficial. Burr é o romance inaugural da série, retratando os principais personagens dos primórdios da nação americana.
De Fato e de Ficção (1977): Além de sua importância como ficcionista, Vidal também foi um ensaísta fundamental da cultura americana na segunda metade do século. Esta é a principal coletânea de seus trabalhos de não ficção lançada no Brasil. Um passeio por literatura e comportamento.
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Criação (1981): Romance histórico que outra vez se dedica ao avesso da história oficial, ao narrar as viagens pelo mundo antigo de um estudioso persa a serviço dos imperadores Dario I e Xerxes – normalmente retratados como os invasores na história ocidental.
Palimpsesto (1995): Em um livro elegante que, já no título, assume o ato da memória como uma reescritura, Vidal rememora sua vida, os pais, os escritores e artistas que encontrou ao longo de sua trajetória e dispara opiniões idiossincráticas e polêmicas. Seu último grande sucesso de público.