Seis dos 11 gaúchos que estavam no navio de cruzeiro que naufragou na costa italiana chegaram a Porto Alegre na manhã deste domingo, vindos de São Paulo, e foram recebidos por familiares que os aguardavam no saguão do aeroporto Salgado Filho.

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Luiz Augusto Stumpf Luz, que viajou com a noiva, Lúcia de Mattos Leon Machado, disse ter vivido “cenas de Titanic”, em referência ao naufrágio do famoso transatlântico, em 1912.

O grupo que chegou nesta manhã ao Salgado Filho veio até o Brasil saindo de Milão, na Itália. Os outros cinco turistas gaúchos partiram para São Paulo de Frankfurt e devem chegar ainda nesta domingo à capital gaúcha.

O alívio de saber que está tudo bem

Entre as reunidas no Salgado Filho está Maria Laura Bonow, mãe do passageiro Daniel Bonow, 27 anos, que ainda está em São Paulo. Ela conta que o filho fez contato por telefone três vezes, a primeira delas na sexta à noite, antes mesmo da notícia de que o navio tinha naufragado. No dia seguinte, ao ver as notícias e se dar conta das dimensões do acidente, Maria Laura se sentiu aliviada por ter falado antes com Daniel.

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– Isso foi importante, para manter um certo equilíbrio. Foi um alívio muito grande poder ouvir a voz dele – afirma ela.

O último contato telefônico com o filho foi quando ele ligou de Frankfurt, na Alemanha, para avisar que estava partindo rumo ao Brasil.

Drama no mar

A bajeense Lúcia de Mattos Leon Machado, 28 anos, o noivo, Luiz Augusto Stumpf Luz e outros nove familiares dele estavam bordo do Costa Concordia, que naufragou na costa italiana.

Segundo o pai de Lúcia, Julio Machado, o grupo de gaúchos embarcou em Milão em um voo para São Paulo, de onde partem para Porto Alegre.

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Lúcia é assessora jurídica da Procuradoria-Geral do Estado e está radicada há 10 anos na Capital. Ela relatou ao pai que foi uma das primeiras pessoas a serem resgatadas e foi levada à ilha de Giglio. Sem passaporte ou bagagem, quando ligou na manhã de sábado, ela estava no aeroporto de Savona aguardando autorização para o retorno.

Segundo o Itamaraty, havia 47 passageiros e seis tripulantes brasileiros no navio, entre as mais de 4,2 mil pessoas a bordo. Pelo menos três pessoas morreram e 40 continuavam desaparecidas até o final da tarde deste sábado. Segundo o consulado-geral do Brasil na Itália, todos os brasileiros foram resgatados e passam bem.

O naufrágio

O navio Costa Concordia partiu na sexta-feira de Civitavecchia, na região de Roma, e faria um cruzeiro de uma semana pelo Mar Mediterrâneo com escalas programadas nas cidades de Savona, Marselha, Barcelona, Palma de Mallorca, Cagliari e Palermo, conforme informações da assessoria de imprensa da Costa Crociere, empresa proprietária do navio.

Na noite de sexta-feira o navio se chocou contra uma rocha e encalhou em um banco de areia próximo à ilha de Giglio, na Toscana, a cerca de 40 quilômetros do continente. O casco da embarcação quebrou, o navio virou e ficou parcialmente submerso. A empresa responsável pelo cruzeiro informou que o processo de evacuação e resgate começou imediatamente.

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O navio levava 4.231 pessoas a bordo. Segundo o Itamaraty, os 47 passageiros e seis tripulantes brasileiros que estavam no navio foram resgatados e passam bem.

Em uma área de quase dois mil metros quadrados a cruzar o oceano, o Costa Concordia esbanjava luxo com quatro piscinas, 1,5 mil camarotes, 13 bares, cinco restaurantes, um spa de seis mil metros quadrados, pista poliesportiva e cinema, entre outras regalias.