Um relatório inédito que avaliou a saúde do planeta identificou que seis dos nove índices críticos para a sobrevivência na Terra já ultrapassaram os limites considerados seguros. Um sétimo também se aproxima do limite.
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O documento, elaborado pelo Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático (PIK), mostra que há nove sistemas e processos, os limites planetários, que contribuem para a estabilidade das funções de suporte à vida no planeta. Eles receberam classificações com cores, com vermelho significando “alto risco”; amarelo, “risco em crescimento”, e verde, “seguro”:
- Mudanças climáticas (vermelho);
- Mudanças na integridade da Biosfera (vermelho);
- Mudanças no sistema terrestre (amarelo);
- Mudanças da água doce (amarelo);
- Modificação de fluxos biogeoquímicos (vermelho);
- Acidificação dos oceanos (verde);
- Aumento na carga de aerossóis atmosféricos (verde);
- Destruição da camada de ozônio (verde);
- Introdução de novas entidades (vermelho).
Seis destes sistemas já passaram do limite considerado seguro e estão em vermelho. Já um sétimo preocupa cientistas: é o nível de acidificação dos oceanos, que apesar de manter um nível seguro, se aproxima rapidamente do limite. Os maiores efeitos do aumento deste índice podem ser observados no oceano Antártico e no Ártico.
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Este processo ocorre quando há um aumento de acidez na água, ou seja, uma redução do pH, devido à absorção de dióxido de carbono na atmosfera. Este processo prejudica não apenas organismos calcificantes, que pode levar a uma quebra da cadeia alimentar, mas também reduz a eficiência do oceano de atuar como um sumidouro vital de carbono.
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— O diagnóstico geral é que o paciente, o Planeta Terra, está em estado crítico. Seis das nove índices planetários foram transgredidos. Sete deles mostram uma tendência de pressão crescente, de modo que em breve veremos a maioria dos parâmetros do PHC na zona de alto risco — explica Johan Rockström, diretor do instituto.
Quando o limite é ultrapassado, o risco de danos permanentes às funções vitais da Terra aumenta, assim como a possibilidade de mudanças irreversíveis. A cada nova fronteira ultrapassada, os riscos aumentam mais ainda.
— A mensagem é clara: ações locais impactam o planeta, e um planeta sob pressão pode impactar todos, em qualquer lugar. Garantir o bem-estar humano, o desenvolvimento econômico e sociedades estáveis requer uma abordagem onde a proteção do planeta ocupa o centro das atenções — disse Levke Caesar, cientista do PIK, em um comunicado.
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