“Sei o quanto é difícil ter uma oportunidade na Seleção Brasileira”, afirma Filipe Luís após convocação

Filipe Luís, lateral-esquerdo do Chelsea, foi convocado nesta semana por Dunga para compor a Seleção Brasileira na Copa América – o atleta jaraguaense havia ficado fora na última Copa do Mundo em 2014, aqui no Brasil. A Seleção Canarinho chega no dia 12 de junho à cidade de Temuco, no Chile, onde ocorre a Copa América. A estreia do Brasil será no dia 14, contra o Peru.

O Brasil volta a jogar contra a Colômbia, em Santiago, três dias depois, e o último jogo da primeira fase será contra a Venezuela, também em Santiago, em 21 de junho.

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Feliz com a convocação, Filipe Luís comemora a boa fase e fala sobre os planos atuais e para o futuro. Confira a entrevista:

A Notícia – Como se sente com a oportunidade de vestir novamente a camisa da Seleção Brasileira?

Filipe Luís – Muito feliz. Sei o quanto é difícil ter uma oportunidade na Seleção Brasileira. O objetivo principal é sempre ganhar jogos e ser campeão, essa é a única forma de escrever o nome na história da Seleção.

AN – O que acha da chave em que o Brasil ficou na Copa América? Será difícil?

Filipe Luís – Com certeza é difícil. Não existe jogo fácil no futebol, principalmente em jogos tão competitivos como os da Copa América.

AN – O que achou dos amistosos dos quais participou? Acredita que se saiu bem e mostrou todo seu potencial?

Filipe Luís – Acredito que foram amistosos muito exigentes e ajudaram a formar o grupo, formar uma defesa sólida, com poderio ofensivo. Não gosto de pensar e analisar individualmente como atuei. Eu prefiro pensar que tentei ajudar o grupo a ganhar esses jogos. Sempre que o coletivo ganhar, individualmente todo mundo sai beneficiado.

AN – Qual é a sua expectativa em relação à Seleção e ao Brasil? Você pensa em voltar?

Filipe Luís – Sou muito agradecido ao Figueirense por tudo o que fez por mim no meu começo, mas no momento tenho contrato com o Chelsea, portanto, não é algo que passa pela minha cabeça. Mas quem sabe em alguns anos.

AN – Depois de passar um longo tempo na Espanha, como está a vida na Inglaterra?

Filipe Luís – São países completamente diferentes, campeonatos diferentes, mas a adaptação foi rápida e fácil. Amo a Espanha, foram nove anos maravilhosos, mas tinha muita vontade de viver essa experiência e esta sendo muito bom também.

AN – Quais são seus planos futuros em relação ao futebol?

Filipe Luís – Quando eu me retirar do futebol, quero ser técnico. Já estou tirando a licença e fazendo todas as aulas, porque demoram três ou quatro anos e gostaria de começar assim que me retirar do futebol.

AN – Você saiu cedo de casa. Como foi essa experiência?

Filipe Luís – Saí com 14 anos, quando fui jogar no Figueirense. Não é fácil largar a comodidade de casa, da sua família para tentar um sonho distante. Mas acredito que para conseguir seus sonhos você tem que passar por grandes adversidades, muitas dificuldades. Isso que fortalece você na longa caminhada que é o futebol.

AN – O que você aconselha para os jovens que sonham em ser jogadores de futebol? Você se imaginava nesta profissão?

Filipe Luís – Todo mundo é diferente, portanto, os conselhos não valem para todos. Mas tem um fator que é determinante para ser um jogador de futebol: cuidar do seu corpo. Muita gente acha que nunca vai se machucar ou que não fica cansado. Na realidade, todo atleta passa por problemas físicos. Quem se cuida, acaba tendo uma carreira muito mais vitoriosa. Futebol é talento, mas, principalmente, é ter boa cabeça.

AN – A sua vida profissional é de conhecimento geral. Queremos saber o que faz no seu tempo livre. Está gostando do clima, das pessoas?

Filipe Luís – No meu tempo livre, sou pai. Sempre estou com minha família. Fazemos muitas coisas. Na época de muitos jogos, tenho que ficar mais em casa descansando. Londres é uma cidade enorme, muita gente, mas tem sido muito bom, pois é um povo que ajuda muito o estrangeiro.

AN – Como é ser pai de um menino e de uma menina?

Filipe Luís – Bom demais. Nunca pensei que era capaz de amar tanto. Faz você perceber que a sua própria vida não é mais a protagonista, mas sim a dos seus filhos.

AN – O que você mais sente falta do Brasil?

Filipe Luís – De ir à casa da minha avó, em Massaranduba. Respirar o ar puro, contato com a natureza, comer a comida da nona. E tomar aquele café que até hoje estou tentando copiar, mas não consigo.