Um mês depois da tragédia em Santa Maria (RS), a morte dos 239 jovens no incêndio da Boate Kiss continua repercutindo em todo o país. Em Itajaí, além de clubes e casas noturnas, a segurança em igrejas e templos religiosos também entrou em discussão. Na segunda-feira uma audiência pública na Câmara de Vereadores debateu o assunto, reunindo aproximadamente 45 líderes religiosos locais.
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O objetivo do encontro foi informar a padres e pastores a maneira de proteger os fiéis e orientar para que sejam executadas melhorias necessárias para a segurança nos locais de celebração. Representantes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e prefeitura estiveram presentes, explicando os procedimentos e tirando dúvidas dos religiosos.
Um dos principais temas da reunião foi a diferença entre as regras para estabelecimentos comerciais e edificações para reunião de público. Prédios utilizados para missas e cultos deveriam ter obrigatoriamente extintores de incêndio, saídas de emergência e instalação central de gás. Como muitos templos funcionam em casas ou salas comerciais alugadas, onde os itens de segurança são baseados em características diferentes, os eventos com muitas pessoas acabam oferecendo riscos aos fiéis.
Organizador da audiência na Câmara, o vereador Clayton Batschauer (PR) avalia que as informações sobre as adequações são importantes para regularizar lugares que apresentam problemas.
– Pedimos que todos se regularizem, demos os caminhos e aqueles que ainda precisam fazer ajustes se mostraram dispostos a estabelecer essa boa condição – destaca.
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Segundo projeções da Câmara, os líderes que participaram do encontro representam cerca de 20 mil habitantes de Itajaí. Ainda concentrada em casas noturnas, neste primeiro momento não haverá fiscalização intensiva em igrejas e templos religiosos.
Mas o coordenador da Defesa Civil de Itajaí, Everlei Pereira, afirma que a ideia é cobrar as adequações no menor espaço de tempo possível, deixando todos os locais dentro do que pede a legislação. Ele também pontua que uma das características observadas na reunião é que a maioria dos locais hoje usados em celebrações foram construídos com outra finalidade, necessitando portanto de mudanças estruturais e de alvarás.
– Mesmo as igrejas construídas antes das atuais normas para espaços de reunião de público devem se adequar às solicitações – explica.