O empresário Marcos Valério, condenado como “operador” do mensalão, prestou depoimento voluntariamente à Procuradoria-Geral da República e, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, afirmou, em 24 de setembro, que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva “deu ok” para os empréstimos bancários que sustentariam o pagamento de deputados da base aliada.
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Marcos Valério teria afirmado ainda que Lula atuou para o recebimento de dinheiro da Portugal Telecom para o Partido dos Trabalhadores (PT) e que os advogados do ex-presidente são pagos pelo partido. O empresário relatou uma suposta ameaça de morte que teria recebido de Paulo Okamotto, ex-integrante do governo que hoje dirige o instituto do ex-presidente, e uma blindagem contra esquemas de corrupção na gestão de Celso Daniel na prefeitura de Santo André. De acordo com Valério, outros políticos se beneficiaram com o chamado valerioduto, entre eles o senador Humberto Costa (PT-PE).
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Segundo o Estadão, Marcos Valério procurou de forma voluntária a Procuradoria-Geral da República para obter proteção e redução de sua pena. No depoimento, de acordo com o jornal paulista, Valério afirma ter repassado dinheiro a Lula para gastos pessoais em 2003. O dinheiro teria sido depositado na conta da empresa de segurança Caso, do ex-assessor da Presidência Freud Godoy, auxiliar do ex-presidente. Teriam sido feitos dois repasses, mas só um, de R$ 100 mil, teve o valor especificado.
Valério disse no depoimento que se reuniu com o então Ministro da Casa Civil, José Dirceu, e Delúbio Soares, então tesoureiro do PT, em uma sala no segundo andar do Palácio do Planalto. Depois de acertar os empréstimos, teriam subido ao gabinete de Lula. O então presidente teria dado “ok” ao que fora acertado minutos antes. Sobre a Portugal Telecom, Lula teria negociado com Miguel Horta, então presidente da companhia, o repasse de recursos para o PT. Os valores, que chegam a R$ 7 milhões, teriam sido depositado nas contas de publicitários que prestaram serviços para campanhas do partido.
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