Segundo lugar no vestibular da UFSC explica como foi aprovado antes de concluir o ensino médio

Poucos estão tão tranquilos com o vestibular quanto Vítor Dolzan Garcia, 16 anos. A calma do jovem não é à toa: aprovado na UFSC e na Udesc quando ainda estava no primeiro ano do Ensino Médio, o estudante ficou em segundo lugar na colocação geral do último processo seletivo da Federal, batendo mais de 34 mil candidatos. Cursando o terceirão em 2014, Vítor se prepara para o primeiro vestibular “de verdade” da sua vida, mas não vê motivos para modificar uma estratégia que tem dado tão certo.

Garcia faz o Ensino Médio no Colégio Tendência, em Florianópolis, onde uma faixa o homenageando foi pendurada no começo do ano. Nos últimos vestibulares, foi aprovado em Medicina, Química e Engenharia Mecânica, mas o alvo da vez é a Engenharia Química. Embora o sucesso repentino tenha aumentando a pressão sobre o estudante, o foco permanece o mesmo: estudar sem perder as estribeiras.

– Você pode ler o conteúdo uma vez só, desde que com muita atenção. Como só fiz vestibulares por teste, não havia praticamente nenhuma pressão. Mas não adianta deixar tudo de lado para passar a vida estudando, isso também não é produtivo. Acho que ter calma é fundamental para se dar bem.

As sutis diferenças entre cada prova são apontadas pelo jovem como um dos maiores desafios que o vestibulando pode encontrar pela frente. As provas da UFSC e do Instituto Federal de SC (IFSC), por exemplo, se concentram nas somatórias, enquanto a Udesc foca nas objetivas. Para isso, não há outra solução: é preciso entender cada prova como um desafio à parte.

– É um erro achar que decorar o conteúdo é o bastante. Quem vai fazer várias provas precisa saber como e o que cada uma delas cobra do vestibulando.

Confira as dicas de Vítor para quem está entrando agora nessa maratona:

? Só estude quando estiver a fim

É isso mesmo! Se não está com cabeça para os livros, vá fazer outra coisa: passear, jogar futebol, assistir televisão. O importante é aproveitar o tempo de estudo e realmente se concentrar quando for necessário. Fuja desta armadilha para evitar o desânimo precoce.

– Não é para deixar de fazer aquilo que você gosta só porque vai fazer uma prova no fim do ano. Nunca estudo quando estou muito cansado – comenta o vestibulando.

? Leia muito, o tempo inteiro

Não existe fórmula secreta para mandar bem na redação, mas um fator é certo: quem lê bastante escreve melhor. E não estamos falando de apostilas e livros didáticos, mas de todo o tipo de leitura, de jornais e revistas a obras clássicas de grandes autores. O importante é estar por dentro de temas que fogem à sala de aula.

– A redação é o momento em que o candidato pode mostrar aquilo que sabe e não foi cobrado na prova – explica Garcia.

? Treinamento pesado

Cada vestibular funciona de uma maneira diferente, então não basta ter conteúdo: é preciso conhecer o modelo da prova que você quer fazer. Resolva muitas questões que caíram nos anos anteriores; pegue o último exame da instituição e faça-o do começo ao fim; procure descobrir quais assuntos serão cobrados e veja como outras faculdades do Brasil inteiro os trabalharam nos últimos anos.

? Dê importância a todas as disciplinas

É uma péssima ideia estudar apenas as matérias que você gosta, mas pior ainda é se empenhar só quando aparecem dificuldades. O candidato precisa saber equilibrar os estudos para não comprar a ilusão de que se dar bem em uma única área é o bastante. O conselho é deixar os tópicos mais cabeludos para a hora em que você estiver bem tranquilo, ao invés de entrar no desespero ou se sentir burro.

? Pais, sem pressão!

Nada incomoda tanto um vestibulando quanto um pai que não deixa o filho respirar em paz. Escolha o curso que vai tentar por conta própria e defina sua rotina de estudos de acordo com seus horários. Escute com atenção os conselhos dos parentes e amigos, mas não esqueça que a decisão final é sua.

– Meus pais sempre priorizaram a independência, então preciso me virar porque é meu interesse pessoal que está em jogo, e o de mais ninguém – conta o estudante.