Policial há 22 anos, Aldir Borges, lotado no posto da Polícia Rodoviária Federal de Blumenau, que é responsável pela fiscalização do Km 40 da BR-470, conta que já viu todo tipo de acidente. Borges, assim como outros agentes, conhecem bem o trecho onde um homem de 35 anos morreu na última terça-feira. Antes de classificar como imprudentes os motoristas que trafegam pelo trecho, Borges defende que a verdadeira causadora das mortes é a impaciência.

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::: Imprudência faz com que trecho da BR-470 registre 16 mortes em uma década

::: Lote 2 da BR-470 é o que está com obras mais adiantadas na região

– A pessoa para ali no acostamento, vê que tem fila dos dois lados, mas não quer esperar nem um minutinho sequer. Eles olham para um lado, olham para o outro e vão. Nesse meio tempo vem alguém em alta velocidade e acaba do jeito que já conhecemos bem. Imprudência é termo técnico, isso aí é falta de paciência mesmo – afirma.

Para o policial, é nítido que a rodovia já não comporta mais a quantidade de veículos que passa por ali diariamente. No começo da carreira, Borges calculava cerca de mil veículos por feriado, agora esse número saltou para 20 mil.

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– Ela foi projetada para uma quantidade e agora tem outra muito superior. Sem dúvida que o número de acidentes também vai aumentar – avalia ao ressalta que, com a duplicação, as muretas instaladas no meio da pista vai impedir a travessia irregular e forçar os motoristas a utilizarem os retornos.

Também defensor da duplicação como meio para reduzir as mortes na BR-470, Roberto Bentes de Sá, presidente do Movimento Nacional de Educação no Trânsito defende que, enquanto a obra não sai, outras providências poderiam ser tomadas.

– Uma boa sinalização já diminuiria os acidentes. Mas precisa ser algo evidente, não uma placa que passe batido pelo motorista, teria que ser algo ostensivo e seguido. Várias placas alertando o perigo no trecho – sugere.