O segundo dia de desfiles do São Paulo Fashion Week apresentou, neste sábado, uma mistura de clássico e de moderno. Reinaldo Lourenço apostou no preto e no branco, inspirado na alta costura dos anos 30. Já a Ellus preferiu substituir a realidade pela virtualidade e fez um desfile inovador em 3D.

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O ponto alto da noite foi a presença da modelo transexual Lea T., que fechou a apresentação da coleção feminina de Alexandre Herchcovitch.

Confira como foram os principais desfiles da noite:

Reinaldo Lourenço

Duas são as cores eleitas por Reinaldo Lourenço para o inverno 2011. Branco e preto estão onipresentes, e o vermelho faz aparições pontuais em uma proposta de coleção que homenageia a alta-costura dos anos 1930 graças à incessante busca do estilista pelo acabamento impecável.

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Reinaldo apresentou uma coleção de formas sóbrias, brincando com a silhueta masculino-feminino. As peças confeccionadas de cetim, tule, feltro e gabardine apresentaram comprimentos ora longos, ora na altura da canela. O item must have do desfile ficou por conta da bela releitura do estilista para a antiga estola, que foi desconstruída para dar lugar a coletes de smoking.

Acessórios são sempre um capítulo à parte nos desfiles de Reinaldo e mais uma vez ele acertou a mão nas botinhas de cano curto, nas luvas e nas carteiras bordadas em pérolas.

Ellus

A Ellus fez o primeiro desfile 3D do SP Fashion Week. Os convidados foram recepcionados com óculos e pipoca para uma sessão de cinema protagonizada pela top Aline Weber. A coleção da marca veio justíssima, com muita calça skinny e um trabalho com jeans em suas mais variadas lavagens – marca registrada da Ellus.

Outra aposta forte da grife foi o couro em várias peças e proposto para mulheres com atitude bem roqueira. Os trabalhos da corrente com jeans e couro são fantásticos. A coleção da Ellus, aliás, é muito bonita e bem editada e foi apresentada aos jornalistas de moda na saída da sessão de cinema. A Ellus comprovou uma vez mais sua excelência no trabalho jeanswear.

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Neon

A Neon é sempre uma festa. Em um tablado branco com degraus pretos – que fazia alusão ao teclado de um piano -, a grife com 65 pontos de venda no Brasil apresentou uma coleção pontuada de referências surrealistas, modelos que pareciam saídas de uma pintura. A roupa da grife não é uma roupa usada por qualquer mortal. É uma roupa performática , que muitas vezes leva essa característica ao extremo, com muito teatro e muita arte. A atriz Mayana Moura foi a grande estrela desse palco. Vestidos curtos, calças mais larguinhas e longos de festa estiveram entre os destaques.

Ghetz

Lucas Nascimento merece de fato todos os elogios que vem recebendo desde sua participação no Fashion Rio no início do mês. Na SP Fashion Week, Lucas assinou o novo design de tricô da grife estreante Ghetz, em uma parceria com um time de estrelas: Giovanni Biaco na direção criativa, Daniel Ueda no stylist e Daniel Hernandez, como responsável pelo make up das modelos.

Lucas tem um talento incomum e uma mão de tricoteiro rara. Reinventa pontos de tricô, novas texturas e radicaliza na silhueta, fugindo do convencional. A coleção da Ghetz mostrou essa combinação de texturas, além de jacquards e plissados com fios sintéticos e naturais, às vezes transparente – o que só evidencia que a consumidora da Ghetz não deve ter medo da ousadia e da modernidade. Leggins com casacos longos e ombros visivelmente arredondados em looks monocromáticos (essa tendência é muito forte) foram um dos pontos altos da coleção.