A quarta-feira foi de movimento intenso nas salas de vacinação habilitadas para imunizar a população contra a gripe A em Blumenau. A reportagem do Santa circulou por três pontos da cidade, localizados no Centro, Garcia e Itoupava Seca. Em todos a cena se repetiu: muita gente na fila esperando atendimento e preocupação extrema com uma possível epidemia na região.
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Apesar disso, houve menos tempo de espera em comparação ao primeiro dia de vacinação. Um dos principais motivos foi a redução no estoque da vacina tetravalente, que protege contra os vírus H1N1, H3N2 e dois tipos de vírus da Influenza B. No Hospital do Pulmão e na Pulmoclínica as doses acabaram na manhã de quarta e seriam repostas até quinta-feira. A Usirede Cooperativa de Usuários de Assistência Médica, na Rua XV de Novembro, ainda tinha a opção até a tarde de quarta.
– Muita gente chega aqui querendo a quadrivalente, vê que não tem e vai embora. Para se ter uma ideia, ontem (terça-feira) o tempo de espera chegou a duas horas. Hoje está em meia hora – comenta Joseane Herta, administradora do Hospital do Pulmão.
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De terça para quarta-feira, segundo Joseane, o local atendeu em média 1,3 mil pessoas. O fluxo maior é esperado quinta e sexta-feira. Para desafogar as filas o horário de sábado será estendido até as 16h. Rita Grassmann, 86 anos, esperou cerca de uma hora pela vacina. De sapato baixo e casaquinho de tricô, ela disse que foi preparada para encarar a demora, mas não achou tão difícil assim:
– A gente que é velhinha precisa se precaver. Mas vale a pena, sabe? Sempre tomo a vacina e nunca mais tive gripe.
Estratégia para distrair as crianças
Na Pulmoclínica, que fica no Centro Clínico Santa Catarina, no Garcia, quem saiu de casa em busca da imunização precisou se apertar dentro da sala ou esperar para ser chamado no corredor, do lado de fora. De acordo com a gerente administrativa Rosane Lopes, foram aproximadamente mil atendimentos com média de meia hora de espera.
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Há quem tenha decidido tirar proveito de uma situação que para muita gente pode parecer incômoda. Foi o caso da nutricionista Aline Moraes, 36 anos, que na companhia de dois casais de amigos e seus respectivos filhos levou o pequeno João, 5, para tomar a vacina. Junto dos amiguinhos, o menino se distraiu e os pais não tiveram que se preocupar com crises de choro.
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– Aproveitamos e viemos em turma, já que eles estudam na mesma escola. Tem que tomar cuidado redobrado com criança, que está sempre perto de outras crianças e fica mais suscetível a esse tipo de coisa – explica Aline.
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Na Usirede Cooperativa de Usuários de Assistência Médica, no Centro, pelo menos 60 pessoas aguardavam atendimento por volta das 17h de ontem. No corredor estreito, ventiladores de parede ajudavam a aliviar o calor das pessoas, que se acumulavam em cadeiras de plástico improvisadas ou nas escadas do local. No chão, crianças passavam o tempo com joguinhos no celular ou tablet.
Segundo a gerência da Usirede, dependendo do horário, o tempo de aguardo varia de 30 minutos a uma hora. Só na quarta foram cerca de 350 atendimentos, e em determinados momentos a sala chegou a abrigar 150 pessoas de uma só vez. A psicóloga Emiliana Gonzaga, 51 anos, que esperou quase duas horas para tomar a vacina, acredita que o problema seja a logística:
– São só dois atendentes. A gente cansa de esperar, claro, mas só tem a tetravalente aqui. É meu segundo ano tomando a vacina e não vou deixar de fazer. A gente entra em pânico vendo que tem pessoas morrendo.
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