O protesto que ocorreu no fim da tarde desta quinta-feira contra o aumento da tarifa de ônibus gerou confrontos no Terminal Central de Joinville. Era do entendimento dos manifestantes que, após a passeata, seria liberado o ato simbólico de pular a catraca, já negociado com a Polícia Militar, que acompanhou toda a manifestação. Não foi o que aconteceu: seguranças contratados pelas empresas de ônibus impediram a entrada, causando momentos de tensão e até de agressão entre os grupos.
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A concentração para a segunda manifestação organizada pelo Movimento Passe Livre de Joinville começou às 18 horas, na Praça da Bandeira. Por volta das 18h30, a passeata iniciou dentro do Terminal Central, seguindo pelas ruas Dona Francisca e Princesa Isabel, até parar pela primeira vez na rua João Colin, impedindo o trânsito por alguns minutos. Depois, passou pelas ruas Mário Lobo, Comandante Frederico Stoll e Quinze de Novembro, onde ocorreu mais um bloqueio do trânsito.
A passeata retornou para o Terminal Central e, lá, houve tumulto com a tentativa dos manifestantes de pularem a catraca para encerrarem o protesto. Seguranças contratados pelas empresas impediram a entrada, causando embate corporal entre os grupos. Segundo a Polícia Militar, a negociação era apenas para que os participantes do protesto entrassem pelo lado, na passagem dos ônibus, e não pelas catracas. Também não seria permitido incentivar outros usuários a entrarem sem pagar.
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Para a Polícia Militar, a contratação dos seguranças era válida, já que as empresas podem resguardar o patrimônio e a manutenção de seus serviço. Já os manifestantes pretendem entrar em contato com o Ministério Público para verificar a legalidade da presença de seguranças terceirizados no local.
– No primeiro protesto, na segunda-feira, eles já usaram de força até mesmo contra os usuários que tentaram participar do ato e passar por baixo da catraca. Mas, hoje, além disso, ficaram nos provocando, tentando coagir – afirmou uma das integrantes do movimento, Camila Soares.
As empresas Gidion e Transtusa enviaram uma nota de esclarecimento informando que “a contratação de seguranças para o Terminal Central foi uma orientação da Polícia Militar com o objetivo de evitar a depredação do patrimônio, como já ocorreu em outras ocasiões”.
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Além disso, as empresas também afirmaram que os seguranças receberam orientação expressa de não reagir a nenhum tipo de provocação. Em caso de dano ao patrimônio, eles eram orientados a conter a pessoa e chamar a polícia, que acompanhava as manifestações.
O novo valor da passagem de ônibus entrou em vigor à zero hora de segunda-feira, 9 de janeiro, a R$ 4 (antecipada) e R$ 4,50 (embarcada). Anteriormente, os valores eram R$ 3,70 e R$ 4,50.
Com o aumento da tarifa, usuários criaram eventos nas redes sociais incentivando outros tipos de protesto. Um deles sugere aos joinvilenses que não peguem ônibus nesta sexta-feira, 13 de janeiro. Ao invés disso, sugere que as pessoas se locomovam de carro, moto, bicicleta ou até mesmo a pé. O evento tem mais de 850 pessoas confirmadas.
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Os administradores da página de entretenimento ÉÉÉguaaa criaram o evento Carona Solidária. O objetivo é economizar, reunindo pessoas que façam o mesmo trajeto e combinando as caronas. A página também tem cobrado a divulgação das planilhas técnicas utilizadas para justificar o aumento na passagem.
– Estes atos demonstram que a população está realmente insatisfeita e criando formas de se organizar conta o aumento da tarifa – avalia Camila.