Já falei que não gosto da cultura de guerra de consoles da indústria, mas um termo que eu acho engraçado e levo na esportiva são alguns dos nomes usados para falar dos fãs de uma determinada empresa. São os sonystas, os caixistas e os nintendistas, por exemplo. Nessa brincadeira, você sabe quem sou eu? Nenhum deles, sou uma viúva da Sega.
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E tive mais certeza disso ao apontar qual foi o meu anúncio favorito do Game Awards, a premiação que elegeu Baldur’s Gate 3 como jogo do ano de 2023. Em um vídeo rapidinho, a Sega divulgou que estão em produção novos títulos de franquias antigas da empresa: Streets of Rage, Crazy Taxi, Golden Axe, Shinobi e Jet Set Radio.
Fui à loucura. A volta de franquias que eu adoro. Talvez um retorno de uma Sega forte. Na minha cabeça de viúva, claro. Porque quem gosta da empresa também já se decepcionou muito com ela.
Já que comecei o texto com a brincadeira, vou explicar direito. É viúva da Sega porque ela saiu do mercado de consoles, “morreu”. Agora faz apenas jogos. O último videogame da empresa foi o Dreamcast, da era do Playstation 2. E, só para completar, eu fui uma esposa péssima, porque na primeira oportunidade, acabei trocando a Sega pela Nintendo. E culpa da própria empresa, porque o Saturno não me atraiu e fui de Nintendo 64.
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Mas ver imagens de novos jogos com os quais cresci, que estiveram comigo no meu primeiro videogame, o Mega Drive, foi emocionante. E esse novo Streets of Rage, hein? Parece em 3D! O Shinobi segue em 2D, mas com um novo estilo gráfico lindão. E mais Crazy Taxi, meu fliperama favorito de todos! E mais franquias podem estar por vir.
Claro que qualquer fã da Sega sabe que pode dar ruim. É só ver quantas tentativas horríveis fizeram de jogos diferentões do Sonic. Contudo, quero acreditar que vai ser legal, que os novos títulos daqueles games que fizeram o Mega Drive ser tão incrível e o Crazy Taxi ser meu primeiro jogo de Gamecube sejam divertidos.

Poderia escrever muitas memórias aqui com esses jogos. Você tem algumas também? Streets of Rage 2 é um dos meus jogos preferidos. Joguei muito no Mega Drive, alugava direto. Era ótimo jogar com a minha vizinha e melhor amiga, quando éramos crianças. Na pandemia, ele trouxe conforto por ser familiar, por ser algo que agora posso prever.
Sei todas as músicas, todos os inimigos, todos os chefes. E, sabendo tudo isso, posso ir testando meus limites para ficar cada vez melhor nele. Na pandemia, vi que quanto mais Streets of Rage, melhor. Peguei esse game no PC, no Xbox, no PS3 e na Nintendo Switch Online. Impossível fugir.
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Quando ainda não tinha vacina e o jeito era ficar em casa, Streets of Rage foi um dos companheiros de diversão dos fins de semana. Joguei a série com um amigo, cada um no seu lar e conversando através do Discord.
O meu outro favorito da lista anunciada pela Sega é o Crazy Taxi. Eu o conheci como fliperama no Rio de Janeiro em um local chamado Gameworks, que infelizmente não existe mais. Era um local com muitos e muitos fliperamas. Ficava na Barra da Tijuca.
Foi o meu fliperama favorito da Gameworks. E é um jogo tão simples, mas divertido demais. Você é um taxista e tem que pegar os passageiros e deixá-los no destino o mais rápido possível. Uma contagem regressiva avisa quanto tempo falta. Se ela zerar, acabou o jogo. O lance é fazer manobras muito loucas, para ganhar mais gorjeta e tentar cortar caminho.
Gostei tanto desse jogo que ele foi o meu pedido de Natal para acompanhar o Gamecube, quando decidi continuar com a Nintendo depois do Nintendo 64. E com certeza foi um dos jogos que mais joguei nesse videogame.
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São muitas memórias e espero que você que tenha visto o (pouco) tempo em que a Sega arrasou também tenha aberto um sorriso ao se lembrar dos divertimentos que passou com esses jogos.
E temos que fazer um pacto aqui: de torcer para que esses novos jogos façam justiça às franquias das quais vieram. Quem sabe a Sega, com toda a sua loucura criativa que, para mim, faz muita falta na indústria, aumente mais a sua relevância entre os estudos atuais de games.