Recentemente o prédio da Fundação de Esportes de Santa Catarina (Fesporte), no bairro Capoeiras, Florianópolis continente, passou por uma ampla reforma, com pintura nas paredes, instalação de ar condicionado e colocação de grades. No mesmo terreno, no entanto, há um prédio anexo que ficou de fora da reforma. Com mofo tomando conta do teto e das paredes nos lados interno e externo, o prédio destoa da Fesporte, parecendo o “primo pobre”. Nesse local, estão sediadas nove federações esportivas catarinenses.
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O prédio pertence ao governo do Estado. Funcionou como almoxarifado, depois como uma unidade de educação (Ucre) e, no começo dos anos 90, foi cedido para a Associação das Federações Esportivas de Santa Catarina (Afesc). Ali estão atualmente as entidades representativas de atletismo, boxe, judô, motociclismo, pesca esportiva, surfe, taekwondo, xadrez e esportes para surdos.
_ E nesse espaço aqui, quando chove, funciona a federação de natação também _ brinca o presidente da Afesc, Frederico Leite, enquanto aponta para o hall de entrada do prédio, que segundo ele fica completamente alagado em dias de chuva.
Frederico também lista cupim nas portas, banheiros entupidos, goteiras e infiltrações, além de problemas hidráulicos e elétricos do prédio antigo. Ele conta que algumas entidades abandonaram o espaço por não se sentirem à vontade para receber patrocinadores ou as confederações nacionais.
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Segundo o advogado da Federação de Judô, Alan Camilo Garcia, as entidades não podem reformar o prédio, pois o local pertence justamente ao estado. Ao mesmo tempo, ele argumenta que, apesar de as federações serem entidades privadas, elas são de utilidade pública.
_ As federações não tem fins lucrativos, e maioria trabalha em conjunto com a Fesporte desenvolvendo as atividades esportivas no Estado, como Olesc, Jasc, Parajasc, Jesc e Joguinhos.
“As federações tem que caminhar com as próprias pernas”
O presidente da Fesporte Erivaldo Caetano Júnior, o Vadinho, reconhece que o prédio não está em boas condições e sugere que as entidades procurem outro lugar para sede, já que foi um acordo para que ficassem ali até que achassem outro local.
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_ Quero deixar claro que as federações são indispensáveis para o esporte de Santa Catarina. Todavia, elas tem que caminhar com suas pernas, assim como faz o basquete e outras federações que tem suas sedes próprias.
Vadinho defende que não é obrigação do Estado reformar o prédio para uso privado, mas que mesmo assim o governo está em processo de licitação para melhorar o espaço, no valor de R$ 50 mil. O presidente da Fesporte também coloca como alternativa que as entidades se instalem no Ginásio Capoeirão. Mas que lá, as federações teriam que assumir custos de água e luz, o que não ocorre no atual prédio.
Sobre a organização dos campeonatos do Estado, Vadinho destaca que as federações recebem verba da Fesporte para custos de arbitragem, transporte, hospedagem e alimentação.
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