Secretário diz que houve falha e promete investigação rigorosa sobre fuga em Blumenau

Após a fuga de 28 presos em um túnel no Presídio de Blumenau, a Secretaria da Justiça e Cidadania diz que houve falha gravíssima e prometeu investigação rigorosa para apurar se houve algum tipo de facilitação, ação proposital ou negligência por servidores da unidade apontada pelas próprias autoridades como a pior cadeia de Santa Catarina.

O secretário da Justiça e Cidadania e diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Leandro Lima, diz que houve erros que geraram a escapada em massa, que aconteceu entre às 23h de terça-feira e a meia-noite de quarta. Até o começo da noite, oito fugitivos haviam sido recapturados.

O mais intrigante, reconheceu Lima, é como tamanha quantidade de terra encontrada na cela não foi percebida pelos agentes penitenciários, que são obrigados diariamente a fiscalizar o espaço com procedimentos de revistas da área física e estrutural.

Lima aguarda a produção de um laudo pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) que vai apontar quantos dias os presos supostamente levariam para retirar a terra do buraco e assim ouvir e responsabilizar as equipes que trabalharam nesses dias.

– Se confirmar que aquela quantidade de terra aconteceu durantes dois, três ou quatro dias, todos serão punidos, do gerente ao chefe de turma, todos têm algum tipo de responsabilidade – declarou o secretário.

Os fugitivos estavam em duas celas que abrigavam 34 homens e seis deles não quiseram entrar no túnel. Imagens externas do circuito de monitoramento serão investigadas.

– Houve um erro, A fuga em si é a materialização da falha e se houve facilitação ou se foi simplesmente omissão ou negligência é outra coisa. O indício que tem é que a fuga estava sendo preparada e os plantonistas não perceberam – afirmou Lima.

Ele ressalta que também é preciso levar em consideração a estrutura do prédio. Agentes ouvidos pelo DC se queixaram da falta de efetivo no presídio, que abriga 900 presos, para realizar os procedimentos diários de revistas e não colocar a própria vida em risco.

Entenda o caso:

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A prisão só deverá ser desativada totalmente em 2017, quando houver a conclusão de uma penitenciária industrial e um novo presídio. Até lá, a Secretaria acredita que irá amenizar a situação com a retirada de 500 condenados ainda este ano a partir da construção de uma penitenciária na cidade.

A obra ao custo de R$ 36 milhões abrirá 600 vagas e há promessa da Secretaria em lançar a ordem de serviço na próxima semana. A única pendência ainda seria uma licença ambiental da prefeitura, que já emitiu o alvará autorizando o início dos trabalhos.