O caso de um apenado flagrado com dez celulares, isqueiro, cabo USB e drogas no próprio estômago na Colônia Penal Agrícola de Palhoça, na Grande Florianópolis, terça-feira (15), surpreendeu até mesmo os agentes prisionais de Santa Catarina. Secretário estadual da Administração Prisional, Leandro de Lima ressalta que o fato ajuda a responder como celulares e drogas entram nas prisões. Em entrevista à CBN Diário, enfatizou a importância do scanner corporal para verificar a existência dos objetos com as pessoas que acessam as unidades.
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Segundo o secretário, o sistema prisional conta hoje com 15 equipamentos, que cobrem 75% das unidades. Com recursos federais, foram adquiridos mais seis aparelhos que devem ser instalados em breve.
Para cobrir 100% das prisões catarinenses com scanners, Lima disse que são necessários aparelhos pequenos para as unidades de menor porte. De qualquer maneira, afirma que a tecnologia é "fundamental à segurança das unidades" atualmente. Além disso, a presença do aparelho poupa visitantes da exposição ao ato da revista íntima.
A Colônia Agrícola de Palhoça, onde cumpre pena o homem encontrado com os objetos no estômago, não possui o scanner.
Mesmo com scanners em três quartos das unidades, os presos conseguem acesso aos celulares. Secretário Leandro Lima afirma que a articulação de líderes de facção encarcerados e o lado de fora não ocorre apenas via ligações e mensagens. Acontece também através das reuniões com defensores e as visitas íntimas. Mas, no caso dos celulares, Lima ressalta que o avanço mais representativo se dará quando for aprovada a legislação que obriga operadoras de telefonia a bloquearem o sinal em áreas de presídios.
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Em 2018 foram apreendidos cerca de 1,3 mil celulares no sistema prisional catarinense.
– Muitos são retidos com visitantes, outras vezes nas operações dentro dos presídios. São telefones celulares menores que meu polegar, e meu polegar é de um tamanho normal, então é muito pequeno – afirma o secretário.
O tipo de celular encontrado engolido pelo detendo de Palhoça tem 7 centímetros de altura e dois de largura. O material de que são feitos é o carbono, que não é descoberto pelo detector de metais.
O caso em Palhoça ocorreu quando o detento retornou à unidade agrícola após uma saída temporária de sete dias.
Agentes desconfiaram do comportamento do preso e o submeteram à revista no detector de metais. O apenado foi levado então até o Complexo de São Pedro de Alcântara, unidade que possui scanner corporal. O procedimento confirmou que o homem havia ingerido os objetos. Além dos celulares, outros 52 invólucros estavam no estômago do apenado. Um procedimento cirúrgico foi realizado para a remoção do material.
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