O secretário de Saúde de Ascurra, Glauber Luiz de Souza, está sendo investigado desde janeiro pelo Ministério Público Estadual por suspeita de cobrar por exames e consultas ofertados pelo SUS. Quando os usuários iriam marcar os procedimentos, o secretário pedia dinheiro para agilizar os trâmites. Ainda não há confirmação se alguém pagou. A Polícia Civil, do município do Vale do Itajaí, também está cuidando do caso.

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Glauber, que tem 26 anos, já trabalhou na Procuradoria do INSS de Itajaí, na Secretaria Estadual da Fazenda e na fiscalização da Vigilância Sanitária de Ascurra. Há quatro anos ele estava na gestão da Saúde de Ascurra.

Segundo o promotor Guilherme Schmitt, que cuida do caso, no fim do ano passado uma advogada entrou com representação contra o secretário tendo como base o depoimento de cinco pacientes que foram cobrados por exames e consultas. Na quinta-feira, mais uma pessoa compareceu ao Ministério Público para fazer denúncia.

O promotor acredita que em 60 dias o inquérito deve ser encerrado. Ainda falta fazer perícia de um áudio em que um servidor público fala sobre as cobranças feitas pelo secretário.

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O delegado que cuida do caso, André Santana Amaral, não irá repassar informações sobre as investigações feitas até agora. Segundo ele, é uma medida para resguardar o sigilo do investigado. Não citou nem data para possível término do inquérito.

A Prefeitura do Município optou por afastar o secretário até que a situação seja apurada. Uma sindicância interna foi aberta para investigar o caso. Saulo Andriani, Secretário de Desenvolvimento Econômico do município e presidente da comissão, destacou que a prefeitura foi informada do problema pelo Ministério Público apenas em 28 de janeiro. Já no dia 1º de fevereiro foi instaurada a comissão e no dia 4 o secretário foi afastado por 60 dias.

Segundo Saulo, cinco testemunhas de acusação foram chamadas para prestar depoimento. Quatro delas foram embora sem falar nada por estarem sem advogado e uma, apesar de ter contado os problemas, não quis ser identificada. Outras cinco pessoas também ligaram para a Prefeitura informando as cobranças. A comissão vai analisar a necessidade de chamá-las para prestar depoimento.

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As informações apuradas até agora é de que o secretário cobrava por consultas oftalmológicas e por exames de ressonância magnética. O resultado da comissão de investigação deve ser divulgado até o dia 27.

Em conversa com a esposa Glauber, que também trabalha na Secretaria Municipal de Saúde, nesta sexta-feira de manhã, Giseli Venturi afirmou que o marido não tem telefone celular e nem telefone fixo. No número de celular passado por Saulo, as chamadas são enviadas para a caixa postal.