Valério Schiochet mantém a posição à frente da área agrícola de Joinville: era presidente da Fundação 25 de Julho e, após a reforma administrativa, assume a Secretaria de Desenvolvimento Rural. Com propriedade familiar na Estrada do Salto 2, onde tem produção de lambaris, ele acompanhou o trabalho do órgão desde a infância. Formado em economia pela Univille e em técnicas agropecuárias pela Escola Técnica de Araquari,ele foi secretário de Obras da antiga Secretaria Regional do Nova Brasília.
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Na secretaria, Schiochet tem como missão promover as políticas de desenvolvimento rural do município de Joinville, capacitando o produtor rural e incentivando as melhores práticas agrícolas, voltadas, principalmente, à preservação do meio ambiente.
Como foi o primeiro mês e quais modificações são necessárias?
Vivemos a expectativa das mudanças, porque sabíamos que viraria secretaria, então não houve um impacto muito grande. Só a questão de usar o nome fundação, porque era uma marca muito forte, durou 50 anos, e agora as pessoas terão que se adaptar a tratar como secretaria. Acho que Joinville merecia este espaço com uma Secretaria de Desenvolvimento Rural, pelo destaque da área agrícola que temos, com muitas propriedades e famílias rurais, e atividades bastante diversificadas. Mas, na prática, não muda nada, continuaremos os mesmos trabalhos, sempre buscando expandir os serviços da secretaria. Aliás, hoje (ontem) estive na base no alto da Serra Dona Francisca, que cuida da região das estradas Laranjeiras e Rio do Júlio, para onde iremos estender um braço da secretaria, para dar um suporte e verificar o potencial daquela área. Ali temos o potencial do mel, que é muito importante, e estamos nos preparando para receber o Congresso Brasileiro de Apicultura em Joinville.
Há busca por mais capacitação? Como a Secretaria atua no desenvolvimento do agricultor?
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Temos programa da agroindústria,que tem viés de agregar a prática de manutenção do produto e renda ao produtor. É com ele que a gente busca a capacitação do agricultor, com trabalhos de orientação, porque, hoje, é importante proporcionar o equilíbrio que temos com a cidade.
Deque forma a tecnologia está inserida nos produtores rurais da cidade? Há parcerias com a secretaria?
O emprego da mecanização agrícola pode ser visto um pouco mais em
algumas propriedades e menos em outras, porque, evidentemente, é preciso tomar cuidado para não excluir o pequeno produtor. No setor do arroz, por exemplo, se tem o uso de máquinas pesadas e isso diminui o número de plantadores de arroz, embora não a área, já que os grandes produtores arrendam a área daqueles que não conseguem adquirir os equipamentos. Então, temos que trabalhar como levar a tecnologia e melhorar os processos para o agricultor também ter acesso e otimizar a mão de obra, para ter um bom resultado econômico e se manter na agricultura.
A secretaria ainda oferece máquinas e equipamentos como parceria ao agricultor?
Este é um trabalho que iremos disciplinar, porque, quando se trata da Lei de Responsabilidade Fiscal, qualquer ação feita pela secretaria que esteja inserida em uma
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propriedade particular precisa estar regulamentada por lei, mas nós não tínhamos. Agora, criamos lei de incentivo ao produtor rural para ter um programa de incentivo. Este é um desafio que temos agora, para implantar, e o agricultor, quando
precisar, irá fazer um cadastro na secretaria e declarar, como uma contrapartida, se ele pratica ações de preservação ambiental ou social em sua propriedade. Tudo isso será
revertido como crédito e então direcionaremos o serviço público ou o produto regulamentado a ele.
Quais sãos os principais desafios da secretaria?
A adequação da legislação ambiental, porque boa parte das propriedades agrícolas de
Joinville está dentro de áreas de preservação ambiental (APA) e o desafio será orientar, de acordo como plano de manejo, as regras que precisam ser seguidas. O plano de manejo vai favorecer não só o agricultor, como toda a comunidade de Joinville, para preservar os recursos hídricos. Além disso, nossa cultura ainda é a do veneno, do
agrotóxico, porque foi assim nas últimas décadas e agora estamos tentando frear. O que se fazia até os anos 1980 era justamente o que agora estamos tentando frear, que
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era o desmatamento e o uso de agrotóxico, e criou-se uma cultura disso. Nossa missão é fazer om que o agricultor produza um alimento saudável, em todos os aspectos.