O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, chegou nesta quinta-feira a Bagdá para abordar a luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), contra o qual o exército iraquiano lançou uma contraofensiva na província de Al-Anbar.

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Esta visita de um dia, a primeira ao Iraque de Carter desde que assumiu o cargo, em fevereiro, não havia sido anunciada por medidas de segurança e ocorre em meio a uma intensificação dos atentados sangrentos em Bagdá e em seus arredores.

O secretário de Defesa, que acaba de realizar um giro por Israel, Arábia Saudita e Jordânia, se reunirá com o primeiro-ministro iraquiano, Haider al Abadi, com seu colega Khaled al Obaidi e com o presidente do Parlamento, Salim al Jubouri.

Também se reunirá com uma delegação de tribos sunitas da província ocidental de Al-Anbar.

O Estado Islâmico controla grande parte da província de Al-Anbar, a maior do Iraque, majoritariamente sunita e situada no oeste do país, que tem fronteiras com Síria, Arábia Saudita e Jordânia.

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No dia 13 de julho as Forças Armadas lançaram uma nova ofensiva para retomar Al-Anbar, concentrando-se em cercar as duas principais cidades, Ramadi e Fallujah.

A ofensiva recebe apoio aéreo da coalizão internacional dirigida pelos Estados Unidos.

O exército iraquiano busca isolar Ramadi, cortando as vias de acesso, disse o coronel Steve Warren, porta-voz do Pentágono que integra a delegação americana.

O ataque final de Ramadi, capital de Al-Anbar, é uma questão de semanas, deu a entender o coronel Warren.

Milhares de soldados iraquianos devem participar da ofensiva contra Ramadi, onde se encontram de 1.000 a 2.000 combatentes do Estado Islâmico, acrescentou o coronel.

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Na operação de Fallujah participam principalmente milícias xiitas, a pedido do governo de Abadi, disse Warren.

As Unidades de Mobilização Popular, apoiadas e armadas pelo Irã, não haviam participado até agora dos combates de Al-Anbar, devido a tensões sectárias com os sunitas.

Um dos objetivos da visita de Carter é esclarecer o panorama de milícias e grupos armados presentes no Iraque, indicaram fontes próximas.

Washington quer que o governo iraquiano, de maioria xiita, integre os grupos sunitas nas ofensivas lançadas para reconquistar as regiões que caíram sob o controle do grupo extremista sunita.

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Por enquanto as operações são realizadas pelo exército iraquiano, pelas milícias xiitas e pelas forças curdas.

“Ter uma participação sunita sob controle do exército iraquiano é essencial”, disse recentemente Ashton Carter.

A visita de Carter coincide com um aumento do número de atentados na capital e em seus arredores.

Depois da ofensiva do grupo EI lançada no Iraque em junho de 2014, os Estados Unidos mobilizaram no país assessores militares e soldados para ajudar o exército iraquiano, mas não participam diretamente dos combates. Atualmente são quase 3.500.

Os Estados Unidos realizam, no entanto, uma campanha de bombardeios aéreos com uma coalizão internacional contra posições do EI no Iraque e na vizinha Síria.

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Desde o início da campanha, em agosto de 2014, a coalizão realizou 3.300 bombardeios, segundo fontes americanas.

* AFP