O secretário de Estado da Educação, Natalino Uggioni, conversou nesta segunda-feira (8) com a reportagem do Diário Catarinense sobre alguns projetos que pretende desenvolver à frente da pasta. Ele afirmou que o foco da gestão será o ensino médio, com iniciativas para manter o jovem na escola e oferecer opções no contraturno, além de abordar também a questão social e emocional dos estudantes.

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Veja os principais pontos da entrevista

Prioridade da gestão

Serão as ações para o ensino médio, orientando os alunos quanto a sequência da sua vida: se irão fazer curso superior, vestibular, curso técnico, etc. Queremos motivar esses alunos a querer estar nas nossas escolas e que nos ajudem cada vez mais a melhorar a educação no Estado. Mas, evidentemente, não descuidando dos primeiros anos do ensino fundamental. Um exemplo é o ensino de empreendedorismo, que já está sendo trabalhado no ensino médio. Nós vamos começar a dar noções sobre o tema lá no ensino fundamental, para que os alunos cheguem no médio ainda mais motivados.

Ensino médio integral

Precisamos entender o que acontece com o atual modelo. Tínhamos um ensino médio integral com recursos federais, mas o governo federal extinguiu esse programa. Então hoje estamos com algumas escolas terminando aqueles cursos. Agora, estamos pensando em adotar como política de Estado o EMITI, ensino médio integral em tempo integral. Há um estudo de Harvard que diz que o nosso desempenho na vida é só 25% técnico e que 75% depende dessa parte socioemocional, que envolve relacionamento, trabalho em equipe, convivência, harmonia, o jeito como você lida com as situações, e tudo isso é trabalhado no EMITI pelos professores — que ainda serão capacitados. Essa proposta já está sendo discutida para implementarmos nas escolas que quiserem, evidentemente. Estamos apresentando a oportunidade de, no contraturno, aquele aluno que ficaria em casa fazendo nada possa melhor se formar para a vida, para o mundo do trabalho ou para um curso superior.

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Preparação dos professores

Iremos criar ações para o bom preparo dos nossos professores. Vamos trabalhar em programas para a parte socioemocional e comportamental, mas também as atuações específicas. Por exemplo: com os professores de matemática, teremos um jeito novo de ensinar, para que ele possa saber como pode usar tecnologia em sala de aula para ensinar matemática e como pode motivar os alunos a melhorarem o seu desempenho em matemática. E assim, também, nas outras disciplinas.

Aproximação da escola com os pais

Além do ensino, queremos criar indicadores de gestão. Por exemplo: quantas vezes o pai da criança vem pra escola? Há quantas reuniões com os pais? São informações importantes para nós. Estamos provocando os professores e as nossas equipes para que a gente convide os pais a vir nas escolas. A gente teve o dia da família na escola, mas foi um dia só por ano e ainda festivo. Por que ele não vem em um dia de aula? Por que ele não vai lá na sala de aula? Por que ele não conversa com a professora para saber se o filho está indo bem ou não, se precisa de um apoio? Então é assim: o binômio, família e escola, que garante boa educação. Quanto mais afinada for essa relação, melhores serão os resultados.

Parcerias para criar mais estágios

Estamos ampliando a interação com as universidades do sistema Acafe e do Sistema Ampesc para que juntos nós trabalhemos como campo de estágio para os estudantes. Seria uma oportunidade para o estudante nos ajudar com monitoria nas aulas, fazer o seu estágio nas nossas escolas e se oferecer para ajudar nos cursos pré-vestibulares. Basicamente, estamos fazendo a gestão das ações e do planejamento estratégico, tanto nas escolas quanto na gerência regional, por meio de parcerias. Tanto que hoje, inclusive, assinamos uma parceria com a Fesporte para que, usando a expertise e experiência dos parceiros, os estudantes queiram estar nas nossas escolas.