Santa Catarina vive a quinta onda de atentados criminosos protagonizados por facções criminosas desde 2012, o que passa a impressão de autonomia dos grupos para agir no Estado. Nas últimas quatro, os ataques cessaram depois de ações policiais nas ruas e, em duas delas, da transferência de detentos para presídios federais, além da presença da Força Nacional no Estado. A solução definitiva, segundo o secretário-adjunto de Segurança Pública (SSP), Aldo Pinheiro D’Ávila, é agir com rigor dentro do sistema prisional.
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A comunicação entre quem está nas cadeias com representantes das facções nas rua é apontada por ele como fator principal para que ocorram os ataques. A partir de ordens de dentro das cadeias, os grupos agem nas ruas contra prédios públicos e agentes de segurança:
— Só vai se conseguir inibir esse tipo de situação quando o presídio não tiver mais contato com o mundo externo. Enquanto a pessoa estiver dentro do sistema prisional, vinculada a uma facção e tiver contato com uma pessoa que está do lado de fora, estaremos sujeitos a esse tipo de situação.
O Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde os detentos ficam 22 horas por dia isolados nas celas e duas horas em banho de sol, é uma das soluções para D’Ávila. O secretário-adjunto questiona, inclusive, as saídas temporárias, previstas em lei para os detentos em regime semiaberto:
— Sabemos que as pessoas estão saindo pela saída temporária. O sujeito está cumprindo a pena, já progrediu de regime e sai temporariamente. Sabemos que ela está saindo para cumprir missões das facções.
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O uso de droga também é apontado por D’Ávila como propulsor do tráfico que mantém as facções criminosas. O secretário descarta neste momento o pedido de apoio ao governo federal para a presença em SC da Força Nacional. Segundo ele, “não se vê um quadro de necessidade nesse momento, mas se for preciso não se descarta”.