Cinco candidatos ao governo de Santa Catarina apresentaram suas propostas e ideias aos eleitores nesta sexta-feira, no primeiro debate das Eleições 2014 no Estado. O Evento foi promovido pela rádio CBN Diário e pela TVCOM. Confira os principais temas discutidos:
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::: As regionais no centro de debate
O debate entre os candidatos a governador mostrou que a manutenção da estrutura de 36 secretarias regionais criada nos governos de Luiz Henrique da Silveira (PMDB) estará no centro da discussão política este ano.
O mais enfático nesse ponto foi o petista Claudio Vignatti, que em mais de uma intervenção prometeu a extinção das estruturas e dos cargos comissionados ligados a ela – utilizando os recursos para a saúde e a segurança.
Afrânio Boppré (PSOL) também aderiu à tese do fim das regionais e sugeriu a criação de uma Secretaria das Cidades para substituir a atual estrutura descentralizada. Paulo Bauer (PSDB) foi mais reticente, falando em “revisitar” o conceito da descentralização e em aumentar a autonomia de gestores locais, como delegados e diretores de escola. Questionado por Moacir Pereira sobre se manteria as 36 pastas, admitiu reduzi-las para “cinco ou seis”.
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Janaina Deitos (PPL) passou ao largo do tema, enquanto Elpídio Neves (PRP) fez uma explanação sobre a origem alemã do conceito das secretarias regionais e ironizou a discussão, alegando que não é possível que o mesmo assunto seja debatido a cada quatro anos.
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::: Mais críticas do que propostas para educação
O salário do magistério, o número de professores temporários a infraestrutura das escolas nortearam as discussões dos candidatos a governador no primeiro debate da campanha eleitoral.
Afrânio Boppré e Claudio Vignatti usaram números diferentes para defender a necessidade de concursos públicos para contratação de professores efetivos. O candidato do PSOL disse que o Estado conta hoje com 47% de ACTs, enquanto o petista falou em 40%. Janaina Deitos se somou aos dois para criticar a não aplicação dos mesmos percentuais de reajuste do piso nacional dos professores ao plano de carreira do magistério. Vignatti lembrou que era deputado federal quando o projeto foi votado no Congresso.
Secretário de Educação no segundo mandato de Luiz Henrique, Paulo Bauer defendeu que será possível melhorar o salário dos professores ao não utilizar os recursos destinados constitucionalmente para a área com o pagamento de aposentados.
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Janaina ironizou a passagem do tucano pela secretaria, ao lembrar a existência de escolas interditadas pela Vigilância Sanitária e que elas “não caem do dia para a noite”.
Elpídio Neves defendeu, em mais de uma intervenção, o investimento em ensino de tempo integral. Também prometeu ampliar de 2,05% para 3% o percentual da arrecadação estadual destinado a financiar a Udesc.
::: Saúde: Da fila ao padrão Fifa
Na área de saúde, os temas mais discutidos pelos candidatos ao governo foram as filas para cirurgias e o repasse da administração de hospitais para organizações sociais.
Por mais de uma vez, Janaína Deitos comparou os hospitais públicos estaduais com “campos de guerra” e cobrou mais efetividade nos serviços prestados pelo governo. Claudio Vignatti e Afrânio Boppré seguiram linha parecida _ com o candidato do PSOL pedindo maior atenção à prevenção e prometendo maior diálogo com os profissionais de saúde.
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Outro ponto reforçado por Vignatti e Afrânio foi a crítica à terceirização da gestão de unidades de saúde para organizações sociais. Ambos prometeram romper os contratos que o governo estadual mantém nesse modelo, hoje aplicado no Hospital Florianópolis e no Regional de São Miguel do Oeste, por exemplo.
Paulo Bauer lembrou que uma decisão judicial em primeira instância chegou a bloquear recursos de publicidade para serem utilizados para zerar filas de cirurgias ortopédicas _ decisão depois revertida. O tucano afirmou que quando a Justiça intervém em decisões de governo, é sinal de erro na gestão.
Elpídio Neves prometeu construir hospitais “padrão Fifa” como os de Houston, nos Estados Unidos, através de recursos conquistados junto a bilionários filantropos norte-americanos, como Bill Gates.
::: Colombo: ausência comentada
A ausência do governador Raimundo Colombo (PSD) também foi um dos temas que ganhou destaque no debate da CBN Diário e da TVCOM. Logo na abertura, Claudio Vignatti (PT) lamentou a ausência e se comprometeu a estar presente em todos os debates de 2018, se for eleito governador este ano. O petista voltaria ao assunto ao longo do encontro, especialmente no momento em que creditou à assessoria de marketing de Colombo a decisão de não participar do debate.
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Afrânio Boppré (PSOl) seguiu a mesma linha, chegou a chamar o governador de “fujão” e adotou uma estratégia singular: repassou a Paulo Bauer (PSDB) as perguntas sobre a atual administração, alegando que o PSDB faz parte da base de apoio de Colombo. O tucano também lamentou a ausência do governador em sua primeira fala, quando se confundiu e disse que a ausência garantia ao governador uma entrevista de 10 minutos no programa Notícia na Tarde.
O apresentador Renato Igor esclareceu que seriam entrevistados apenas Gilmar Salgado (PSTU) e Marlene Soccas (PCB), candidatos de partidos sem representação na Câmara dos Deputados. Elpídio Neves insinuou que o governador não foi ao debate porque não queria enfrentá-lo.
Colombo, através de sua assessoria, disse que não iria ao debate de ontem por ter outra agenda marcada como governador. Ele se comprometeu a participar de todos os debates transmitidos por rede estadual de televisão aberta.