O secretariado do governo Jorginho Mello (PL), que teve os primeiros nomes anunciados nesta segunda-feira (5), será formado por pelo menos quatro grupos de diferentes perfis. Entre os futuros membros do primeiro-escalão há alas de políticos, nomes de confiança que já trabalham com o governador eleito, ex-secretários do governo estadual e pessoas que trabalharam no governo Bolsonaro ou têm relação de proximidade com o atual presidente.

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Até o momento foram anunciados 11 nomes de secretários. O governador eleito informou que pode confirmar o restante da equipe até o fim da próxima semana. Confira abaixo características em comum dos novos secretários anunciados.

Ala política

Os nomes mais conhecidos do grande público anunciados nesta segunda-feira fazem parte da ala política do novo secretariado. É o caso da futura secretária de Saúde, Carmen Zanotto (Solidariedade), deputada federal reeleita na eleição de outubro, e do titular da futura pasta de Proteção e Defesa Civil, Coronel Armando (PL), atual deputado federal que não conseguiu a reeleição.

Além deles, entre os personagens da política tradicional destaca-se ainda o ex-deputado Valdir Colatto (PL), que vai assumir a Agricultura. Ele foi deputado federal por dois mandatos e assumiu em outras legislaturas em que foi suplente. Fecha a lista dos políticos o ex-prefeito de Luzerna Moisés Diersmann, coordenador da transição do governo Jorginho e que irá responder pela Secretaria de Administração a partir de 2023.

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Equipe do gabinete no Senado

Jorginho Mello assegurou espaço no secretariado a nomes de confiança, que já trabalham com ele como auxiliares no gabinete do atual mandato de senador. Embora figure no grupo político, Moisés Diersmann atuou nos últimos anos como assessor de Jorginho no Senado e foi lembrado para ocupar a pasta da Administração. Moisés tem especialização em Administração Pública e Gerência de Cidades e em Comunicação e Marketing.

Além dele, outros dois nomes com atuação no gabinete de senador foram anunciados como secretários. A chefe de gabinete do escritório regional de Jorginho Mello, Danieli Pinheiro Porporatti, estará na Secretaria-Geral de Governo. Vânia Franco, que foi chefe de gabinete de Jorginho em Brasília nos mandatos de deputado federal e de senador, foi anunciada como nova secretária de Articulação Nacional. Ela cursou Gestão Pública e tem especialização em tramitação legislativa e gestão orçamentária.

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Ex-membros do governo do Estado

Nem todos os anunciados até agora serão estreantes em cargos no governo do Estado. A futura secretária de Saúde, Carmen Zanotto, por exemplo, já ocupou o mesmo cargo no governo de Luiz Henrique da Silveira. Em 2021, quando a vice Daniela Reinehr assumiu interinamente o governo de SC durante afastamento de Carlos Moisés em processo de impeachment, Carmen se licenciou da Câmara Federal e atendeu a convite para comandar a Secretaria de Saúde, o que ocorreu durante um mês. Com a volta de Moisés ao cargo, a deputada deixou o posto e retornou para o mandato na Câmara Federal.

O futuro secretário da Fazenda, Cleverson Siewert, já ocupou a pasta por nove meses, em 2010, durante o período em que Leonel Pavan concluiu o segundo governo de Luiz Henrique. Nas gestões seguintes, de Raimundo Colombo, Cleverson comandou a Celesc.

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Além de Carmen e Cleverson, o futuro secretário da Agricultura, Valdir Colatto, também já exerceu cargo em governo estadual. Entre 2003 e 2006, ele foi secretário de Articulação Nacional, durante o mandato de Luiz Henrique.

Nomes ligados a Bolsonaro

Outro núcleo dos futuros secretários anunciados nesta semana é o de nomes com alguma ligação ao presidente Jair Bolsonaro ou à gestão dele no governo federal. Valdir Colatto, nome ligado ao setor agropecuário e que será o nome da Agricultura em SC, trabalhou no governo Bolsonaro como diretor-geral do Serviço Florestal no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, entre 2019 e 2021.

Além de Colatto, o deputado bolsonarista Coronel Armando, que não foi reeleito em outubro, foi indicado para a Secretaria de Estado da Defesa Civil, que passará a ter o termo “Prevenção” no nome a partir do próximo ano. A colunista da NSC Dagmara Spautz informou que este teria sido o nome do secretariado de Jorginho que mais agradou Bolsonaro. O atual presidente foi colega do deputado do Norte de SC na Academia Militar das Agulhas Negras e chegou a visitar o coronel durante visitas presidenciais ao Estado.

Por fim, o futuro secretário de Estado da Educação, Aristides Cimadon, atual presidente da Acafe, não atuou no governo Bolsonaro, mas foi cotado para ser ministro da Educação, em 2020. Ele chegou a se reunir com o atual presidente, mas o escolhido para a vaga acabou sendo Milton Ribeiro — exonerado do cargo em março deste ano em meio a denúncias.

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O que está por vir

Os 11 nomes do secretariado de Jorginho Mello anunciados nesta segunda-feira são apenas a primeira parte da nova equipe de governo. O próprio governador eleito afirmou que ainda está definindo indicados para os outros postos e que pretende comunicar a decisão até o fim da próxima semana. A expectativa é de que os nomes sejam definidos pelo governador eleito seguindo critérios técnicos, mas também políticos, após conversas com os partidos. Entre as pastas que ainda precisam conhecer os futuros titulares estão áreas estratégicas como Casa Civil e Segurança Pública.

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