Comoção e revolta marcaram o velório de Raul Domingos Fagundes dos Reis, de 43 anos, que sofria de problemas cardíacos e morreu no Hospital Regional depois de aguardar 48 horas por um leito de UTI em Joinville.
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Raul chegou a dar entrada na UTI do hospital por volta das 19 horas de segunda-feira, depois que a família recorreu ao Ministério Público Federal (MPF). Mas ele não resistiu. Morreu por volta das 22h15, deixando a mãe de 80 anos, nove irmãos, dois filhos, uma neta de dois meses, familiares e amigos inconformados com a perda.
Para a família do pedreiro, que estava afastado da profissão por causa da cardiopatia, a espera por um leito pode ter sido determinante para sua morte. Por isso, vai recorrer à Justiça e buscar explicações.
– Estamos indignados com o que aconteceu. Queremos que os responsáveis sejam punidos para que isso não volte a acontecer com outras pessoas -, afirma a cunhada de Raul, Maria Lúcia de Oliveira Fagundes dos Reis.
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– Se houve omissão, vamos pedir na Justiça a cassação do registro do médico que o atendeu no hospital -, antecipa.
Maria Lúcia questiona, ainda, por que o hospital não informou, no atestado de óbito, a causa da morte de Raul.
– Tivemos que solicitar uma necropsia, até porque pretendemos usar este laudo como prova de que ele poderia ter sobrevivido se estivesse ido para a UTI quando deu entrada no hospital, sábado à noite -, diz.
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O laudo do sistema de verificação de óbito foi entregue à família terça-feira e aponta que a causa da morte foi insuficiência cardíaca atrelada à hipertensão e insuficiência renal, o que demonstra, segundo a família, que o quadro evoluiu para algo mais grave por falta de tratamento adequado.
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