O Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue, não é exigente para escolher o local onde vai morar. Rica ou pobre, centro ou bairro, casa ou apartamento, tanto faz. Basta ter um pouco de água parada. Se no mesmo lugar tiver folha ou terra, melhor ainda. E ele é rápido em aumentar a família. Uma fêmea pode dar origem a até 1,5 mil outros descendentes em sua vida de até 45 dias. Para evitar que o Aedes se prolifere, a prefeitura mantém um programa permanente de combate ao mosquito e prevenção à doença. Porém, a parceria com a população _ eliminando poças e abrindo as portas para os agentes comunitários _ é fundamental para evitar que o vírus comece a circular por Blumenau.

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Até quinta-feira a equipe do Programa de Combate à Dengue havia encontrado 15 focos na cidade desde o começo do ano. Dois casos da doença foram confirmados, mas ambos contraídos em outras cidades: um em Itajaí e outro no Espírito Santo. Há outros 13 suspeitos em análise. A gerente do programa, Eleandra de Fátima dos Santos Casani, explica que há uma série de ações desenvolvidas pela equipe formada por 32 servidores. A principal é a captação de larvas. Na cidade há 1.050 armadilhas espalhadas em locais estratégicos. Todas têm as larvas recolhidas semanalmente e levadas para análise no laboratório próprio da prefeitura. Se as larvas forem identificadas como Aedes aegypti, começa uma nova etapa.

>>> Confira fotos da ação da equipe do Programa de Combate à Dengue

– Neste caso, identificamos um raio de 300 metros ao redor de onde estava o foco. Fazemos uma força-tarefa e vistoriamos todos os imóveis dessa área, em busca de mais focos e orientando os moradores – conta Eleandra, complementando que cada área onde foi achado o foco é monitorada com visitas e pesticida por um ano.

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Locais que são considerados de risco, como cemitérios, floriculturas e ferros-velhos, também têm fiscalização frequente. Outro trabalho feito pela equipe é o de visitas a áreas onde há pessoas contaminadas com dengue ou que estejam com suspeita da doença. Na quinta-feira a agente comunitária de endemias Iolanda Maria Corrêa esteve em uma das casas que está no raio de 150 metros de um morador com suspeita de dengue no bairro Salto do Norte. Ela recolheu amostras de larvas do quintal de seu José Postai.

– Vou seguir as orientações. Eu tomo cuidado com a água acumulada, mas como agora chove com frequência, fica mais difícil – conta o morador.

Em 15 dias a agente voltará.

– Estabelecemos um prazo para que a pessoa limpe o quintal. Orientamos o que fazer. Depois voltamos para ver como está. As pessoas precisam entender que estão protegendo a sua própria família e a vizinhança fazendo isso – afirma Iolanda.

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>>> Assista ao vídeo com relatos de quem combate a dengue em Blumenau

Santa Catarina tem 110 casos confirmados

Até quinta-feira, no Estado, foram confirmados 110 casos de dengue somente neste ano. Do total, 85 pessoas foram contaminadas em Santa Catarina _ quase todas em Itajaí _ e o restante em outras regiões do país. Há, ainda, 12 casos confirmados da doença pelo Laboratório Central de Saúde Pública que estão em investigação pelos municípios _ Florianópolis (um), Itajaí (nove) e Joinville (dois) _ para determinar a origem da transmissão. Outros 232 casos suspeitos aguardam resultado do exame laboratorial pelo Lacen/SC. Ao todo há 1.444 focos do mosquito Aedes aegypti, que transmite a doença, no Estado. Entre os municípios, os que registram o maior número de focos são Chapecó (361), São Miguel do Oeste (152), Balneário Camboriú (143), Joinville (135), Itajaí (118) e Xanxerê (89).

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